quarta-feira, março 08, 2006

Post-Urban, posturbanização, posturbação, pertubação.

O primeiro título desse blog - Urban Photography,Storyboard II - era referência ao gênero fotográfico que mais me agrada, no entanto nunca havia postado fotos do gênero aqui.

Image hosting by Photobucket

" O universo aqui é o da vida-satélite e dos tipos que giram em torno de órbitas próprias, colorindo a vida de um AMARELO HEPÁTICO E PULSANTE. Não o amarelo do ouro, do brilho e das riquezas, mas o amarelo do imbaçamento do dia-a-dia e do envelhecimento das coisas postas. Um AMARELO MANGA, farto. ( Trecho do fime Amarelo Manga de Cláudio Assis)

Image hosting by Photobucket

"O amarelo não entrou por acaso. Faz parte. Amarelo é sol nascente, isto é, novo dia, renascer. E é também a cor da gema do ovo. Tudo o que vive veio do ovo, se lembra das aulas de história natura!? É a cor do ouro, que representa nobreza, valor. Também a cor do amaranto, que não murcha. "
(José J. Veiga, texto: Vestido de fustão)


Image hosting by Photobucket

Fotos: Renan Damasceno.
Foto 2 - www.leedsphotography.co.uk

Cinema - As 5 melhores produções nacionais de 2005.

Infelizmente, mais uma vez, o Brasil não produziu filme de judeu e cachorrinho, afinal é disso que hollywood gosta!

1 – Dois Filhos de Francisco – (Dir: Breno Silveira, com Ângelo Antonio, Dira Paes, Jackson Antunes e José Dumond).
A favor do consenso, nenhuma obra produzida em 2005 supera a qualidade e o roteiro do primeiro longa-metragem de Breno Silveira. E sem dúvida, esta figura entre as maiores produções da história do cinema nacional.O filme mostra a trajetória da banda neo-sertaneja Zezé di Camargo e Luciano de forma simples , objetiva, com uma linguagem primorosa e não faz apologia à pobreza como única forma de alcançar o sucesso – erro crasso de várias produções nacionais.

2 - Cabra Cega – (Dir: Toni Venturi, com Leonardo Medeiros, Débora Duboc e Jonas Bloch)
Vencedor de grandes prêmios no circuito nacional, Cabra cega destaca-se pelo baixo orçamento e pela excelente qualidade de seus atores.O filme – passado em grande parte dentro de um apartamento, onde o revolucionário Tiago fica escondido da polícia – é marcado pelas incertezas, traições e pela força da juventude na luta contra a Ditadura Militar.Enredo sufocante. E a trilha sonora assinada por Chico Buarque e Fernanda Porto em uma excelente versão de Roda Viva.


3 – Cidade Baixa – (Dir: Sérgio Machado, com Lázaro Ramos, Wagner Moura e Alice Braga)
Passado na cidade baixa de Salvador o filme narra o triângulo amoroso da prostituta Karinna e os dois amigos, Naldinho e Deco.Quanto ao elenco é dispensável comentar que Lázaro Ramos e Wagner Moura são as duas maiores revelações dos últimos anos.O filme é seco, gritante e realista, com diálogos curtos e diretos.

4 – Cinema, Aspirinas e Urubus – (Dir: Marcelo Gomes, com Peter Ketnath, João Miguel)
Um dos filmes mais elogiados pela critica no festival de Cannes. Em 1942, no meio do sertão nordestino, dois homens vindos de mundos diferentes se encontram. Um deles é Johann, alemão fugido da 2ª Guerra Mundial,que dirige um caminhão e vende aspirinas pelo interior do país. O outro é Ranulpho (João Miguel), um homem simples que sempre viveu no sertão e que, após ganhar uma carona de Johann, passa a trabalhar para ele como ajudante. Viajando de povoado em povoado, a dupla exibe filmes promocionais sobre o remédio "milagroso" para pessoas que jamais tiveram a oportunidade de ir ao cinema.

5 - Gaijin, Ama-me como sou (Dir: Tizuka Yamazaki)

Grande vencedor do Festival de Gramado 2005, Gaijin II (como também é chamado pois funciona como uma continuação de Gaijin, filme da mesma diretora, de 1982) é a história de uma família japonesa radicada no sul do país desde 1908.As circunstancias históricas acabam adiando a volta da família para o Japão.Bom filme, realmente merecedor de prêmios deste nível.