terça-feira, maio 13, 2008

Cine Mundi - América Latina



Renan Damasceno

Em fins da década de 50 e início dos anos 60, o cinema produzido na América Latina, especiamente no Brasil, Argentina, Chile e Cuba, foi definido como uma nova corrente cinematográfica que buscava pensar e trabalhar o cinema de forma diferenciada, que retratasse a realidade e os problemas terceiromundistas. Os filmes deveriam ser caracterizados como um instrumento de militância política. Tal movimento ficou conhecido como Nuevo Cine Latinoamericano.
A linguagem usada nos filmes deveria ser gerada dentro dessa nova realidade e a necessidade de mudança se fazia urgente, pois os moldes da estética hollywoodiana era burguesa, imperialista e opressora.

Em detrimento à cinematografia estadunidense, os filmes terceiromundistas deveriam ser tal qual a nossa realidade: imperfeito, feio, errado. Mais preocupado com o conteúdo do que com a forma. Como afirma Fernando Birri: deveria ser um cinema desalinhado.
Do cinema soviético, Glauber extraiu os princípios e experimentações da montagem. O cinema liberto de enredo (A idade da terra, 1980), metafórico (Terra em Transe, 1967) e ensaístico de Einsenstein e a exposição do espectador a uma ação sensorial ou psicológica, proposto pela "montagem de atrações" (Câncer, 1972).

Do cinema de autor, proposto por Bazin, sorveram a idéia do cineasta enquanto agente que interfere diretamente no registro da realidade através da sua subjetividade. Alguns cineastas foram além dessa idéia de autorismo se organizando em grupos que pretendiam mostrar, não apenas seu olhar individual, mas de toda uma nação. Sob a teoria do cinema de poesia de Buñuel, Glauber Rocha trilhou novos caminhos para a arte revolucionária latino-americana em sua Eztétika do Sonho. Um equilíbrio entre subjetividade e objetividade, concreto e onírico.

Por fim, no neo-realismo italiano, o Nuevo Cine tem sua maior inspiração. Extrairam as técnicas de documentário e a utilização de equipamentos leves que propiciavam maior mobilidade para as filmagens externas.



sábado, maio 10, 2008

Opinião: Investment grade - Pessimismo e cautela

Renan Damasceno

(Leia o texto na íntegra no site do prof. Evaldo Magalhães)

O grau de investimento BBB - conferido ao Brasil pela agência de rating Standard & Poor divide opiniões. O avanço na credibilidade do país em atrair capital estrangeiro é reflexo de políticas econômicas corretas, adotadas no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e mantidas pelo sucessor Luís Inácio Lula da Silva, mesmo a contragosto de grupos aliados. No entanto, um grande abismo ainda separa o país do tão distante desenvolvimento: dívida interna a curto prazo, morosidade nas reformas básicas e a falta de aplicação no bem estar social podem tirar do Brasil o título recém-conquistado, como aconteceu com o Uruguai, em 2002.

Na última semana, a expectativa tomou conta do governo, que terá menos empecilhos ao solicitar empréstimos de organismos internacionais como o Bird e o FMI. A intenção é que o dinheiro seja repassado aos governos estaduais e municipais, para que a bonança tão festejada pelo mercado financeiro seja compartilhada também pela a população.

Ao contrário do mercado financeiro, que recebeu o grau de investimento BBB- com euforia, a mídia brasileira e internacional ainda analisa o avanço com reservas. Nos dias seguintes ao anúncio feito pela Standard & Poor, uma das três grandes agências de rating (as outras são a Moody's e a Fitch), o assunto ocupou os editoriais dos principais jornais do país. Renan Damasceno. (...)

Leia os editoriais:


O Estado de São Paulo - Novo status, velhos desafios
Folha de S. Paulo (para assinantes Uol)
Estado de Minas - Nem tudo são flores
Financial Times