domingo, dezembro 07, 2008

Agrippino nas Panaméricas de Áfricas utópicas


José Agrippino de Paula deixa qualquer cinema alternativo dito ‘underground’ no chinelo. Comparado às suas produções, Sganzerla e o cinema marginal tornam-se Hollywood. Assisti um de seus filmes há poucas semanas: Hitler terceiro mundo, de 1968, uma obra futurista e visionária, fragmentada em blocos desconexos, com direito a Jô Soares, em papel de samurai, e participação de Zé Ramalho.

Aliás, tudo parece de vanguarda em Agrippino: seja no teatro, no cinema ou em seu mais conhecido livro: “PanAmérica”, de 1967, relançado pela Editora Papagaio. Essa obra de contracultura tem como protagonistas Marilyn Monroe, Che Guevara, Cecil B. de Mille, Marlon Brando John Wayne, entre outros ícones da cultura de massa. Eles participam de uma filmagem de episódios da Bíblia, interagindo com o narrador em primeira pessoa em uma atmosfera alucinógena.

Morreu ano passado, aos 69 anos, de infarto, em Embu, onde morava envolto de livros antigos, traças e teias de aranha, recluso e sem qualquer ligação com a tecnologia.

Fiz esse post para linkar um excelente curta sobre o autor. Abaixo em duas partes.

Passeio nos recantos silvestres – Parte 1



Passeio nos recantos silvestres – Parte 2



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