sexta-feira, julho 08, 2005

Cine-mundi - Polônia

A cinematografia polonesa – assim como todo cinema europeu – assemelha ao cinema brasileiro quando consideramos sua forma artística de fazer filmes.Pode não ser muito popular entre o público brasileiro, mas é mundialmente premiada e apreciada.

A Polônia foi uma das pioneiras na cinematografia.Ainda antes da consagração dos irmãos franceses Lumiére, inventores do cinematógrafo, os poloneses criaram formas de imagem em movimento, mas a história do cinema polonês passaria por diversas crises.

Na primeira metade do século XX, a Polônia investiu no cinema mudo, logo sufocada pelo cinema sonoro que surgira nos Estados Unidos na década de 30.Durante a Segunda Guerra Mundial, o cinema polonês quase morreu devido à invasão Hitlerista, mas ressurgiu com equipamentos abandonados nas cidades destruídas, sendo importante as filmagens documentais da destruição alemã no território polonês.

Mas não só de problemas é marcado o cinema da Polônia.Grandes diretores foram revelados devido à escola de Cinema de Lodz, como Krzystof Zanussi e Roman Polanski – este último teve carreira internacional inclusive em Hollywood.Seu formato Artístico deve-se a criação no final da década de 20 da START (sigla em polonês de Sociedade dos devotos do cinema artístico) e era preocupada na criação de filmes artísticos e sociais.

Colocado um pouco da história do cinema polonês vamos a análise.Em tempos que o mundo volta-se às produções megalomaníacas dos americanos como Star Wars III e Guerra dos Mundos, a intelectualidade do cinema europeu parece um pouco fora de moda.O público de cinema hoje se compreende numa grande massa de expectadores que cada vez mais acomoda frente as megaproduções – em grande parte americana - que os priva de pensar e refletir.Tudo é fabricado de modo que o receptor tenha a maior facilidade de compreensão, a única preocupação é que os efeitos especiais os impressionem.Como conseqüência temos um grande público fascinado e preso ao cinema hollywoodiano, aumentando assim o domínio americano no modo de vida de todo mundo, criando a ocidentalização das culturas, posteriormente implantando seu American Way of Life.

Dos filmes que acompanhei destaca-se Pregi (Vergões), dir. Magdalena Piekorz, 2004 e Edi (Edi), dir. Piotr Trzaskalski, 2002. No primeiro, a história gira em torno de um jovem agressivo de aproximadamente 30 anos. Sua agressividade tem origem na infância, criado por um pai agressivo foge de casa na adolescência e leva uma vida solitária de explorador de cavernas subterrâneas até descobrir o amor, que o leva reconciliação com o pai. Tarde demais. Numa Justificarcarta emocionante, seu pai deixa o pedido de desculpa acompanhado por uma fita gravada pelo filho nos momentos de espancamentos na infância.

No segundo conta a história de um catador de metal que divide seu trabalho com o fascínio pela leitura de velhos livros encontrados em lixeiras.Convidado para dar aulas particulares, Edi é acusado de ter engravidado a garota e o castigo imposto pelos irmãos da vítima é cuidar do bebê.Mesmo não sendo o pai, o protagonista da história cuida da criança até ser desvendado a mentira, quando o bebe é tirado de sua proteção sem nenhuma explicação.


Vale considerar a forma artística de sua produção.A imagem tem uma aparência antiga e escurecida, típico do cinema europeu.Das semelhanças com o cinema brasileiro leva-se em conta a riqueza dos roteiros, sem muitos diálogos explorando as imagens, suas produções não parecem ter custos altos, tendo cenários naturais – mostrando as impressionantes e exuberantes paisagens polonesas.

Na era dos avanços dos efeitos especiais e das megaproduções, o cinema polonês é uma boa alternativa de resgate ao cinema clássico.


Texto: Renan Damasceno

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