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quarta-feira, janeiro 19, 2011

A outra esquina

O ano era 1988. Na extinta casa noturna Pianíssimo acontecia o encontro memorável de dois grandes músicos. No piano, aquele que deu as primeiras bases para a formação do Clube da Esquina, ainda no edifício Levy da Avenida Amazonas; na guitarra, um ícone do rock progressivo brasileiro. Numa sequência de shows, desfilaram pelos acordes de Marílton Borges e Fredera temas de jazz, bossa nova e da MPB.

Música Popular Brasileira que por sinal reserva uma importante página para essa atuação. No disco Os Borges (1980), a faixa Outro Cais, composição do primogênito da família, Marílton, traz Elis Regina conduzida pelo timbre marcante de Fredera. O álbum, que revela toda a capacidade artística dos Borges, também contou com Milton Nascimento e Toninho Horta.

Apesar do sumiço das últimas décadas, Fredera fez história na música do país. Ainda na década de setenta, foi considerado uma lenda do rock brasileiro, através de composições ao mesmo tempo densas e irreverentes e solos de guitarra eletrizantes para um dos principais grupos progressivos da época, o Som Imaginário – banda que acompanhou Bituca por certo tempo e que trazia nomes como Robertinho Silva, Wagner Tiso, Zé Rodrix e Naná Vasconcelos.

Na década de 1980 ele lançou o álbum solo Aurora Vermelha, disco premiado e que representou um marco para a música instrumental do país, segundo o maestro canadense Gil Evans. Mesmo deixando os palcos depois de acompanhar artistas como Gal Costa, Ivan Lins, Gonzaguinha e Raul Seixas, consolidou-se como um intelectual (é autor de diversos livros) e artista versátil, atuando ativamente ainda hoje na área das artes plásticas. (João Marcos Veiga)

terça-feira, janeiro 04, 2011

E a gente sonhando ...

Milton Nascimento vai do jazz ao pop FM em disco ao lado
de jovens talentos de Três Pontas, Sul de Minas Gerais




... E A GENTE SONHANDO. O novo CD de Milton Nascimento é a prova mais viva de que a gente pode continuar sonhando. O sonho não acabou, a canção nunca se esgotou, pelo menos na discografia desse que é um dos músicos mais importante da nossa história.

A sua voz ressoa como se fosse o Milton do Clube da Esquina I e II, do Gerais, do Minas, do Angelus e do sensacional Pietá – disco que mereceria mais atenção por parte da crítica.

Em ...E a gente sonhando percebe-se o Milton jazzístico, da batida da bossa nova, das harmonias tão refinadas vindas desde sempre dos antológicos discos dos anos 70, do canto pungente, quase que um cântico religioso, vindo do fundo das igrejas mineiras, dos quintais, dos corais louvando a vida e a paz entre os homens.

Sim, Milton Nascimento (re)nasce um pouco em cada uma das 16 canções que compõem o CD".

Trecho da crítica do doutor em Letras pela USP, Mário Alex Rosa, publicada no Divirta-se.

+ Sobre o novo disco de Milton:

- Entrevista a'O Estado de São Paulo
- Vídeo - Entrevista ao Programa do Jô

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terça-feira, dezembro 07, 2010

E eu nem li o jornal



Tua cor é o que eles olham, velha chaga
Teu sorriso é o que eles temem, medo, medo

Feira moderna, o convite sensual
Oh! telefonista, a palavra já morreu
Meu coração é novo
Meu coração é novo
E eu nem li o jornal

Nessa caverna, o convite é sempre igual
Oh! telefonista, se a distância já morreu
Indepedência ou morte
Descansa em berço forte
A paz na Terra amém

terça-feira, novembro 02, 2010

domingo, março 21, 2010

O calor do samba e o frescor da autenticidade

João Marcos Veiga

Domingo, seis horas da tarde. Horário incomum para shows na capital mineira. Mas lá estavam milhares de fãs dispostos a encarar o alto valor da entrada (R$60 a inteira), o preço salgado das bebidas (R$4,50 a lata de uma cerveja não muito apreciada), as enormes filas do banheiro feminino, o calor visível nos rostos suados da platéia e a falta de acústica de um ginásio travestido de casa de espetáculos. Nenhuma novidade para aqueles que são forçados a ir ao Chevrolet Hall para ver seus artistas preferidos.

Mas antes que o centro das atenções subisse ao palco, ficou a cargo do Copo Lagoinha deixar os presentes no clima do samba. Samba carioca para ficar mais claro. O grupo belorizontino desfilou por mais de uma hora os grandes clássicos daquele estado, com direito a declaração das escolas preferidas de cada integrante. Em nenhum momento foram apresentados temas de compositores dos morros de BH, origem afirmada com orgulho por muitos ali. Mas a função deles era outra: animar. E isso foi feito com muita competência. Com revezamento de cantores e bons instrumentistas (como o cavaquinista Dudu Braga), o Copa Lagoinha se despediu do público às 19h45 com a sensação de dever cumprido e mesmo com o merecimento de ter dividido os holofotes com a grande atração da noite. Infelizmente parece que isso não passou pela cabeça dos produtores.

Cerca de vinte e cinco minutos depois, Mart´nália estava diante de uma platéia ansiosa. E a primeira música do setlist foi logo o tema de abertura da atual “novela das oito” da Globo. Impossível não ser bem recebida nessas circunstâncias. Dali pra frente o que se viu foi o carisma de uma artista que caiu nas graças do Brasil na última década, apesar de já estar no ramo há mais de duas. A primeira parte do show foi conduzida pelo ritmo frenético da cantora, a cada instante num canto do palco, dançando de modo cômico e convidativo, tocando diversos instrumentos de percussão e distribuindo beijos, acenos e simpatia.

Muitas das canções apresentadas, como “Cabide”, foram acompanhadas efusivamente por milhares de gargantas e pulmões. Prova de que ela já tem seu espaço garantido no time de intérpretes brasileiras. Caminho aberto principalmente a partir do álbum “Pé de meu samba”, de 2002, o quarto de uma discografia que já está no oitavo trabalho. A produção teve o aval de ninguém menos que Caetano Veloso e Maria Bethânia. Mas lidar com grandes nomes da MPB nunca foi problema pra ela. Filha de Martinho da Vila, cresceu num ambiente de amor ao samba – e se este for de Vila Isabel melhor ainda. Os primeiros passos de Mart´nália foram dados fazendo vocais em apresentações do pai, que diz ter “inventado” a filha – o nome dela é uma junção do seu com o da mãe, Anália. A artista, no entanto, trilhou a própria estrada, traçando uma personalidade irreverente e cativante.

E na segunda parte do show trazido a capital mineira, ficou claro que essa personalidade não é fabricada, como o que se percebe com um pouco mais de olhar crítico diante da maioria das cantoras do país. A espontaneidade logo deu lugar a um clima mais intimista, com a percussão e toda base da banda cedendo lugar somente ao próprio violão. O timbre rouco – que cativou monstros do jazz num improvável duo com Madaleine Peyroux em homenagem à Bilie Holiday, ano passado, em Ouro Preto – trouxe ares de romantismo a pista até então destinada às desajeitadas sambadas dos mineiros. Versátil e talentosa, Mart´nália transparece ser uma artista que realmente vive a música à flor da pele.

Num contraponto à inegável presença de palco que desenvolve, ela faz questão de ser apenas mais uma ao lado de sua banda (guitarra, baixo, violão, bateria, duas percussões e vocais). Na medida em que se inclui num figurino todo preto à la holding, ela valoriza o conjunto e se sobressai unicamente por méritos. O grupo, por sinal, chama atenção pela qualidade de seus instrumentistas e por sonoridades discretamente diluídas ao longo da noite, principalmente através de um violão com toques jazzísticos e uma guitarra com nítida pegada roqueira.





Numa terceira etapa da apresentação, Mart´nália fez algumas homenagens ao samba, onde desfilaram Adoniran Barbosa e outros compositores já interpretados inclusive pela própria banda de abertura. Como não poderia deixar de ser, o nome de Martinho da Vila foi pronunciado mais de uma vez, algumas em meio ao tradicional despojamento da cantora (“vamos dar uma forcinha pro velho que ele precisa, já tá com 72 anos”). E a família não estava presente só no repertório, uma vez que os backings vocals ficam por conta da irmã e da sobrinha. Quando se achava que a presença de ambas era apagada e desnecessária, a jovem foi convidada a apresentar o gingado digno de uma passista de escola de samba sob todas as luzes e olhares e acabou por justificar a turnê ao lado da tia.

Depois de quase uma hora e meia, o show parecia ser conduzido para um final óbvio e pouco criativo com mais um tema que alcançou sucesso através de uma novela global. A interpretação de “Be happy”, que resume bem a figura de Mart´nália, dava um tom de despedida quando foi evocado um samba-enredo não facilmente assimilável para uma alegre e heterogênea platéia formada por casais, turmas de amigos, “dançarinos” e senhorinhas com leques na arquibancada, dentre outros tipos. A ala rítmica mostrou competência e já dava adeus quando o público puxou “Vou Festejar”, espécie de segundo hino dos atleticanos. Para o delírio destes, a cantora reconvocou a banda para acompanhar a música e ainda emendou mais dois temas de samba.

Fim de um domingo quente. Na barulhenta saída do ginásio uma sensação comum: valeu a pena enfrentar o Chevrolet Hall para um show de samba que, apesar de previsível, comprovou que Mart´nália é uma das artistas mais autênticas e carismáticas da atual safra musical brasileira.

terça-feira, março 09, 2010

A revisão de guardas envelhecidas

João Marcos Veiga

A música popular brasileira, apesar da riqueza e diversidade produzidas no último século, ainda não cumpriu um processo completo e satisfatório de digestão de suas influências, pilares e pedras fundamentais. Passados mais de cinquenta anos, a Bossa Nova continua suspeita de ser um desdobramento do jazz americano; ainda não se sabe ao certo – ou não se quer saber – qual foi a real contribuição da Tropicália para a cultura do país, e seu principal representante, Caetano Veloso, é visto como um poço de contradição, pra não dizer incompreensão; o rock dos anos 80 leva o selo de um som comercial, superficial e sem muitas novidades.

Outro movimento que paira indefinido nas mentes, ouvidos e corações de ouvintes, músicos e críticos é a Jovem Guarda. Os meninos que empunhavam longos cabelos, jaquetas, motos vermelhas e guitarras que levavam ao delírio o público feminino – ao passo que faziam moda entre os desprestigiados nessa briga – foram submetidos a contundentes críticas nas últimas décadas, principalmente quando comparados aos outros movimentos da época.


Independente de opiniões e posições, os clichês só colaboram para continuidade de um país que não sabe lidar com suas artes.

O mais recente trabalho do ex-titã Arnaldo Antunes, nesse sentido, colabora de forma importante para essa revisão. O título do álbum, “Iê Iê Iê”, está no inconsciente coletivo brasileiro e naturalmente remete a uma série de sonoridades e temáticas – para ficar apenas no âmbito da música. E é exatamente isso o que se encontro nas doze faixas do disco. Logo na capa, uma imagem que dialoga com a cultura pop e com o cinema e Hqs americanos sugere o que está por vir. Está ali o obrigatório timbre do órgão Hammond, vocais simples e batidas dançantes, letras fáceis e meladas, guitarras coloridas e rompantes perfeitos para a histeria dos anos 60.


A proposta não é o que pode se dizer de uma releitura, como a feita por Fernanda Takai, com tutoria de Nelson Mota, sob as interpretações bossa-novísticas de Nara Leão. Nessa empreitada, Arnaldo Antunes incorporou o espírito da Jovem Guarda em todos sentidos, ecoando a aura de Roberto, Erasmo e companhia a cada faixa. Em “Invejoso”, vem a mente as rixas de casais, o ronco dos carros (ou calhambeques) e os objetos materiais (como casacos de couro), que valiam tanto quanto harmonias e melodias.

Na canção de mesmo nome do álbum, o tema é o sucesso, as rádios, a superação e seus frutos – no caso as mulheres conquistadas. “Sua Menina” apela para a consciência de que nem toda mulher gosta de um homem cafajeste.
De forma curiosa, “Iê Iê Iê”, que apresenta uma homenagem de um roqueiro dos anos 80 ao movimento que marcou a década de 60, antecipa o “Rock” do Tremendão. Esse também é o nome de um disco de John Lennon, influência central da Jovem Guarda.

Ao lado de Arnaldo, aparece uma série de colegas tribalistas (Marisa Monte e Carlinhos Brown) e titãs (Sérgio Britto, Marcelo Fromer e Paulo Miklos). Todos eles, provavelmente, também sofreram uma enxurrada de Rita Pavone, Beatles, surf music, twist e programas de auditório quando crianças e adolescentes. A novidade ficou por conta da produção de Fernando Catatau, da emergente banda cearense “Cidadão Instigado”.


Depois de um disco de estúdio, “Qualquer”, e um DVD com registro ao vivo, ambos com pegada mais leve e intimista, Arnaldo se disse em busca de uma “sonoridade mais dançante”. E como ele mesmo conta, ao contrário de seus outros trabalhos, neste o título nasceu antes. De forma deliberada, nada apareceu por acaso: “Iê Iê Iê” foi planejado e executado, sem dúvida com qualidade.

O álbum não traz surpresas musicais – transparece, de forma honesta, um tom de homenagem declarada. Isso não pode ser visto, no entanto, de forma simplista quando se trata de Arnaldo Antunes. No vácuo da falta de referências intelectuais da década de setenta pra cá, ele se posicionou como um artista versátil, transitando do rock enérgico dos Titãs dos anos 80 ao experimentalismo em vídeo e poesia dos anos 90, passando pelo suspeito “Tribalistas” e por letras e versos que resgatam o concretismo dos anos 60.


Quase de forma imperceptível, Arnaldo imprime um tom próprio em faixas como “Envelhecer.” Apesar do ritmo alegre, a letra, que fala da perda de cabelo e do tempo que cruelmente não espera, faz um contraponto à jovialidade a flor da pele da Jovem Guarda. Aqui se estabelece um diálogo criativo entre temáticas e sonoridades. Em “Um Kilo”, os temas cotidianos e triviais do movimento em questão são incorporados pelo olhar poético de Arnaldo, num jogo de palavras onde o rei não se sentiria muito em casa.

“Iê Iê Iê” aparece como um bom trabalho num momento de releituras, homenagens e muita falta de criatividade. Emerge a figura de um artista que não tem medo de expor suas influências e de alternar discos “sérios” com outros “comerciais e dançantes”, porém sempre amparado por bons instrumentistas e por uma produção competente.

O álbum, contudo, passa longe de ser algo ousado e que mereceria estar num patamar louvável dentro da música brasileira – talvez até pela impossibilidade de trabalhar um estilo restrito, previsível e empobrecido estética, melódica e harmonicamente. Fica a homenagem de um bom artista a um movimento que marcou uma geração. Nada mais.

sábado, janeiro 30, 2010

#videodasemana - Moviola de Carnaval - Chico Buarque: Vai passar



Vai passar nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais

Num tempo página infeliz da nossa história,

passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia a nossa pátria mãe tão distraída
sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações

Seus filhos erravam cegos pelo continente,

levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval,
o carnaval, o carnaval

Vai passar, palmas pra ala dos barões famintos

O bloco dos napoleões retintos
e os pigmeus do boulevard
Meu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade até o dia clarear

Ai que vida boa, ô lerê,

ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai que vida boa, ô lerê,
ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral... vai passar

terça-feira, dezembro 15, 2009

Querelas em torno de Tom


Da coluna de Ruy Castro, semana passada na Folha:


Ontem (8 de dezembro, grifo meu), 15 anos da morte de Tom Jobim. Bem à brasileira, o silêncio pela data foi esmagador. Alguns clipes e rádios lembraram sua música, mas não se observou nada especial ou novos CDs que não contivessem os mesmos e tão sovados fonogramas. E ainda há muito de Tom a descobrir. Principalmente nas catacumbas das gravadoras Continental e Odeon, em que ele trabalhou como arranjador ou maestro, em discos de Dick Farney, Dalva de Oliveira, Orlando Silva e outros.

Nas últimas semanas, Tom tem sido mais citado em querelas que passam ao largo de sua obra. Outro dia, no próprio aeroporto que o homenageia, o Galeão-Tom Jobim, um urubu distraiu-se e entrou pela turbina de um avião que acabara de decolar, o qual teve de voltar à pista. Isso vive acontecendo.
O cruel é que aconteça com urubus, que Tom adorava, e, com frequência, no Galeão, palco de manchetes indignas de sua memória:

"Tom Jobim atrasa 20 voos", "Tom Jobim caindo aos pedaços", "Cocaína apreendida no Tom Jobim". Foi para isso que deram seu nome ao aeroporto?


Outro arranca-rabo envolve a nova saída do metrô carioca a ser inaugurada: a de Ipanema. Alguns querem chamá-la de Tom Jobim; outros, de General Osório, em cuja praça fica, para que os turistas não a confundam com o aeroporto. Ao mesmo tempo, corre a pendenga sobre a localização de sua futura estátua: na praia ou na dita saída do metrô? E há os que querem mandar de vez para a reserva o velho Osório e dedicar a praça a Tom, que tanto a amou e namorou nela.

Em São Paulo, Tom Jobim (assim como Paulo Autran e Ayrton Senna) é um túnel. Mas, se a ideia de batizar um logradouro é o grande homem ter o seu nome imortalizado em envelopes, postais, telegramas etc., esta se frustrou -porque ninguém escreve para um túnel.

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Neste blog, Tom foi citado no artigo A história e as histórias do Farney-Sinatra Club e em outros textos sobre a Bossa Nova. Sobre Dick o Moviola publicou "As façanhas de Farnésio". Do Ruy Castro, esta salada mista aqui ó.



sexta-feira, novembro 20, 2009

"Em Nova York todo mundo fala Bírous"

Acabo de ler "O Som do Pasquim", uma deliciosa compilação de entrevistas com músicos publicadas n'O Pasquim, revista que reuniu o melhor time da história do jornalismo cultural brasileiro. Certamente, o ponto alto da coletânea, organizada pelo Tárik de Souza, é a entrevista de Agnaldo Timóteo, concedida aos jornalistas Júlio Hungria, Jaguar, Millôr e ao conterrâneo de Caratinga, Ziraldo.

Nada escapa à lingua afiada do cantor. Chico Buarque: uma merda. Caetano: não é cantor. Frank Sinatra: um cantor de voz bonita, comum, sem nada de excepcional. Milton Nascimento: burro. Roberto Carlos: inteligente, ganha 300 pratas por mês. Bírous: ...peraí...Bírous??

Ele explica:

"Todo mundo fala The Beatles. E quando estive lá em NY, um amigo meu disse que 'Bírous é demais'. Então eu perguntei: 'por que Bírous'. Ele me explicou. 'Aqui em Nova York todo mundo fala Bírous".

Tudo bem, explicado. Além de Timóteo, também estão no livro: Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano Veloso ("um gênio, espanto, e não podemos fazer nada", segundo Glauber), Waldick Soriano, Raul Seixas, Lupicínio Rodrigues e mais alguns. É de dar gargalhada. Recomendo.

*Os cartoons que ilustram o post e o livro são do Nássara (.n).

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Nesta moviola, a MPB foi explicada neste artigo. Waldick, o Durango Kid brasileiro, que ganhou documentário ano passado, mereceu um artigo só pra ele. Chico, de tantas paixões, sobrou nas quatro linhas. Do Milton, tem praticamente uma coletânea de textos. Jornalismo Cultural, então, nem se fala.

sábado, novembro 07, 2009

#videodasemana: João Gilberto - Estate (1983)


João Gilberto interpretando Estate, gravado no álbum Amoroso, em 1977. Os autores, como me alertou um Anônimo, são Bruno Martino e Bruno Brighetti. Os erros têm sido constantes por aqui. Felizmente!

sexta-feira, outubro 16, 2009

A história (e as histórias) do Sinatra-Farney Fan Club

Celinha me escreveu ensandecida reclamando a maternidade do Sinatra-Farney Fan Club à sua avó, Didi Reis. Em texto publicado nesta Moviola, em abril, atribuí erroneamente a criação do clube aos compositores Carlos Lyra e Roberto Menescal. Puro descuido de apuração e falha de memória.

Celinha, que não deixou e-mail, lenço nem documento, me indicou a leitura de Chega de Saudade, de Ruy Castro, para me interar melhor do assunto. O li há uns quatro anos. Mas como sou aplicado resolvi ler trechos novamente.

O Farney-Sinatra Fan Club, sediado na Tijuca, no Rio, fora criado para homenagear os cantores Dick Farney e Frank Sinatra. Segundo Castro, foi o primeiro fã-clube brasileiro. Iniciou suas atividades no porão da casa da avó de Celinha, mãe de Didi, e teve apenas 17 meses de vida – de fevereiro de 1949 à julho de 1950. E eis a ratificação: fora criado pelas meninas Joca, Teresa e Didi Reis.

Carlos Lyra era sócio, me alertou Celinha. Assim como João Donato, Johny Alf e tantos outros que já respiravam ares de Bossa Nova dez anos antes da gravação do Chega de Saudade, por João Gilberto.

Celinha me confidenciou na mensagem que está escrevendo um livro sobre a história do fã-clube. Fico no aguardo. Sempre bom existir registros para evitar que blogueiros cometam injustiça.

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+ Música Brasileira neste blog:

As façanhas de Farnésio
Afinal, o que é MPB?
Dizzy com Mocotó
Woodstock à mineira


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sábado, setembro 12, 2009

Woodstock à mineira (Parte.3)

Festival Música do Mundo homenageia Milton Nascimento e Wagner Tiso com show de estrelas da MPB em meio às montanhas de Três Pontas

João Marcos Veiga

No início da década de 50, a sedução inconfundível de Frank Sinatra conquistava, através das ondas do rádio, as ouvintes nos afazeres domésticos, e as plantações de café faziam riqueza aos barões do “ouro verde” no sul de Minas. As calçadas eram espaços de convívio intenso para fofocas, namoros e brincadeiras infantis.

E foi numa calçada de Três Pontas que dois garotos se identificaram através de uma paixão comum: a música. Os meninos mais tarde se tornaram Milton Nascimento e Wagner Tiso. A amizade que já dura mais de cinquenta anos teve frutos como o Clube da Esquina e dezenas de gravações, onde as melodias e o timbre único de Bituca ganhavam arranjos memoráveis do pianista. Parceria reconhecida em inúmeros palcos de todo o mundo ,e que teve em “Coração de Estudante”, tema da redemocratização do Brasil, um de seus principais pontos.

Mas foi Três Pontas que instigou a fome musical deles, através das folias de reis, dos bailes da vida e das primeiras noções de harmonia com Walda, professora de piano e mãe de Tiso. Agora a cidade homenageia seus filhos ilustres com o Festival Música do Mundo. E a retribuição não tem caráter bairrista, a idéia surgiu a partir das páginas de uma das mais importantes revistas do segmento musical, a Billboard. Três Pontas foi a única cidade do país, com exceção das grandes capitais, a constar entre os principais celeiros musicais do planeta.

E a partir desta quinta-feira, as milhares de pessoas previstas para desembarcar na cidade sul-mineira poderão comprovar o porquê dessa escolha. Pelos palcos do evento desfilarão referências da música brasileira: Ivan Lins, Tom Zé, Rita Lee (substituindo Jon Anderson, da banda inglesa Yes, ausente por motivos de saúde), Toninho Horta, Fernando Brant, Telo Borges, além de Milton Nascimento e Wagner Tiso. A festa também vai ligar o holofote para um time de novos talentos de Três Pontas e do restante do estado, como Pedro Morais, Marcelo Dinis, Clayton Prosperi, Paulo Francisco, Heitor Branquinho e o Ânima Minas, grupo formado por jovens da região com apadrinhamento de Milton.

Três Pontas já havia recebido, em 1977, uma reunião de ídolos da MPB. No show do Paraíso,improvisado em uma fazenda da região, Bituca apresentou Chico Buarque, Gonzaguinha, Simone, dentre outros, para uma platéia extasiada de todo o Brasil. O encontro ficou conhecido como o “woodstock mineiro”. Com o Festival Música do Mundo pretende-se repetir a dose com oficinas, seminários, espetáculos e estrutura à altura do talento e das carreiras construídas por Milton Nascimento e Wagner Tiso. Mais do que nunca, ecoarão pelas belas paisagens de Três Pontas o verso profético de Fernando Brant. “Sou do mundo, sou Minas Gerais.”

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sexta-feira, junho 19, 2009

Prato do dia: Dizzy com Mocotó


Está na Folha de S. Paulo, de 18/06/2009

Gravações do jazzista americano com o trio de sambistas, perdidas desde os anos 70, são redescobertas e sairão em CD Álbum foi feito em estúdio de São Paulo, em 1974, durante turnê de Dizzy Gillespie pelo Brasil, e ficou sumido até o início de 2009

Um inédito encontro da música brasileira com o jazz está prestes a chegar ao público. Em 1974, durante uma turnê pela América do Sul, o trompetista norte-americano Dizzy Gillespie (1917-1993), um dos fundadores do jazz moderno, fez gravações com o Trio Mocotó e outros músicos brasileiros, material até hoje nunca lançado.

"Esse disco já tinha virado lenda", diz João Parahyba, 57, percussionista do trio que divide com Jorge Ben os méritos pela criação e difusão do samba-rock. "Tocamos com o Dizzy, mas até hoje não tínhamos prova alguma. Com o lançamento deste disco, o Trio Mocotó passa a fazer parte da história do jazz norte-americano", festeja o músico paulista.

Parahyba conta que o próprio Gillespie já havia se esquecido dessas gravações, quando o reencontrou, em 1987, num festival de jazz, em Estocolmo. "Ele me disse que só se lembrava da empatia que sentiu ao tocar com o Mocotó. O Dizzy gostava de músicos que tocavam mais à vontade, tinha pouco a ver com catedráticos".

De lá para cá, Parahyba fez o que pôde para localizar a fita master que o jazzista teria levado para os Estados Unidos. Só em janeiro último teve acesso a trechos do álbum, depois de receber um e-mail do produtor suíço Jacques Muyal, pedindo que o ajudasse a encontrar os músicos que participaram das sessões de gravação, no estúdio Eldorado, em São Paulo.

Amigo de Gillespie e diretor do selo Laser Swing, Muyal disse ao percussionista que virá ao Brasil, em julho, para tomar as providências necessárias para que o disco possa enfim chegar ao mercado.

"Quase chorei", diz Parahyba, lembrando de sua emoção ao ouvir trechos do disco perdido, 35 anos depois. "Acho que conseguimos juntar a essência do jazz do Dizzy com a essência da música brasileira", avalia, ressaltando a participação do pianista Amilson Godoy, como regente das gravações.

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quinta-feira, maio 07, 2009

Afinal, o que é MPB?


Está na coluna de Ruy Castro, na Folha de São Paulo de 27/04/2009:

MPB não é apenas uma abreviatura de “Música Popular Brasileira”. Antes cêsse, mas não ésse. Quando foi criada, por volta de 1965 ou 1966, significava um tipo de música então emergente, que não se sabia bem o que era – mas já não era bossa nova, não queria mais ser o samba e, muito menos, iê-iê-iê.

Seu primeiro produto, ainda sem o rótulo, pode ter sido ‘Arrastão’, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes. Logo vieram ‘Lunik 9’, de Gilberto Gil, ‘Upa, neguinho’, de Edu e Guarnieri, ‘Roda Viva’, de Chico Buarque, e outras que, com um certo ‘conteúdo’ em comum, também não se encaixavam em nenhum gênero familiar. Donde só podiam ser ‘MPB’.

Quando a ‘MPB’ minguou, dois ou três anos depois, a sigla sobreviveu e começou a ser aplicada – até hoje – a toda música produzida no Brasil, do padre José Mauricio ao padre Marcelo e de Chiquinha Gonzaga ao É o Tchan. Com isso, deseducaram-se várias gerações quanto à memória da nossa diversidade rítmica, até então classificada por sambas (em suas mil variações), marchas, choros, baiões, frevos, valsas, foxes, baladas, cocos etc. Virou tudo ‘MPB’.

Mas não para sempre, espero. Se o exemplo do MIS vingar, vamos passar a chamar ‘Garota de Ipanema’ de samba, ‘Alegria, Alegria’, de marchinha, ‘Domingo no Parque’, de baião, ‘Travessia’, de toada, ‘Caminhando’, de guarânia, ‘Mania de Você’, de rumba, ‘Beatriz’, de valsa, ou ‘Como uma Onda’, de bolero. Que, muito mais que ‘MPB’, é o que eles são.

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domingo, setembro 21, 2008

Se Deus tivesse uma voz...


Tive a oportunidade de assistir pela segunda vez esse ano a apresentação de Milton Nascimento. Se na primeira foi primoroso vê-lo acompanhado do Jobim Trio, no show Novas Bossas, em Belo Horizonte, dessa vez teve sabor mais que especial, pelo local, peculiaridades do repertório e pela oportunidade única do evento: na praça Tiradentes, em Ouro Preto, Bituca foi acompanhado por Wayne Shorter, aos sopros),e Ron Carter, ao baixo, no encerramento do Sétimo Festival Tudo é Jazz, no qual foi o grande homenageado.

Se o atraso de quase uma hora obrigou Milton a uma entrada bem menos apoteótica, a pitada de espetáculo veio com a seqüencia de músicas populares no começo da apresentação – agradando boa parte que estava pouco ligando para quem era Carter ou Shorter. Mas, todos admitem, que o repertório agradou até quem foi para ver esses dois monstros sagrados do jazz.

Juntos – sem muito entrosamento, pois Carter assitiu boa parte da apresentação, sentado apenas batucando na face do baixo –, relembraram músicas do Native Dancer (álbum de Wayne, com participação de Milton), Angelus (de Milton, com a presença deles) e outras da veia jazzística pouco conhecida de Bituca.


Por mais que eu tenha achado uma apresentação morna (talvez idealizava assitir uma explosão de sons e musicalidade, regada pela fusão experimental dessas culturas musicais tão distintas), não nego que sempre vou ter de contar que aestive lá, acompanhado de boas pessoas, álcool e cigarro de palha. E que o último dia do Festival era propício para um desfecho dessa grandiosidade. Experimentei, a poucos metros, o improviso de Wayne em Ponta de Areia e Milagre dos Peixes, e o gravíssimo baixo de Ron criando uma atmosfera musical extremamente diferente de quase tudo que já ouvi – e olha que já experimentei de Slayer a João Donato!

+MULTImídia

+ Assista ao show de Ouro Preto, em 16 partes, no Youtube
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segunda-feira, junho 23, 2008

Durango Kid à brasileira

De uísque em uísque, o cantor Waldick Soriano, de 75 anos e incríveis 18 ‘casamentos’, se tornou o protagonista cult da noite de sábado do CineOP. Compositor de mais de 700 canções, Waldick é uma mistura de presente e passado, de fragilidade e solidão, sob à penumbra da idade e de seu inseparável chapéu.

A principal noite do CineOP (Mostra de Cinema de Ouro Preto) parece ter virado um bom terreno para personalidades que se aventuram a sentar na cadeira de diretor. Em 2007, a Vj Marina Person (MTV) usou o mesmo espaço para lançar Person, uma homenagem a seu pai, o cineasta Luis Sérgio Person, diretor de São Paulo S.A (1965). Este ano foi a vez da atriz Patrícia Pillar, que mostra seu primeiro trabalho atrás das câmeras com “Waldick: Sempre no meu coração”, sobre a história e as histórias do cantor brega Waldick Soriano, já com 75 anos.

Considerando as primeiras incursões em direção de cinema, Patrícia Pillar se saiu melhor. Desconstruiu o perfil machão de Waldick, não deixou o roteiro cair em um simples biografismo e usou o tempo a seu favor: em 58 minutos de filme, foi capaz de dosar o sentimentalismo quase inexistente do cantor com seu excesso de sarcasmo e mau humor.

O filme já começa com algumas evocações ao tempo. Waldick volta a sua terra (Caitité, BA) natal para um show. Nas primeiras cenas, a câmera percorre detalhes do cantor e de objetos que dão pistas sobre sua forte personalidade: o terço, o anel, o chapéu. Os planos das estradas, das ruas e da chuva são sempre mais longos. Outra característica: ao contrário de documentaristas viciados, que teimam em dar grandiosidade ao seu personagem, Patrícia coloca a câmera sempre em linha reta. Desta forma, se põe a desmistificar seu protagonista, dando-lhe ares mais humanos.

Os depoimentos de ex-mulheres de Waldick são de grande emoção. No total, foram 18 mulheres e apenas uma paixão: uma ex-prostituta paraense, que morreu quando o casal completava apenas dois meses. E o espantoso: mesmo com as queixas de amor não retribuído todas ainda são apaixonadas pelo cantor e o aceitariam de novo.

Por fim, o documentário se presta a divulgar não só o personagem, mas toda a cultura marginal brasileira. Vários cantores populares sofreram com a censura nos anos de chumbo e muitos, mesmo com músicas que a princípio pareciam inofensivas, eram politizados e não escondiam sua opção pela democracia. Waldick foi mais brasileiro que muita gente da nossa “cultura popular brasileira”. Foi lavrador, garimpeiro, engraxate e se apaixonou, à primeira vista, ao ver o chapéu e a imponência do personagem Durango Kid nos cinemas. Sob o mesmo chapéu, hoje, Waldick é uma mistura de presente e passado, de fragilidade e solidão.

Leia mais sobre:

Revista Cinética – É tudo verdade

Filmes Polvo comenta estréia de Waldick

Veja cenas do documentário Waldick: para sempre no meu coração

Fique por dentro:

A Mostra de Cinema de Ouro Preto (12 à 17 de junho) chegou à sua terceira edição ainda sem a chancela de grande festival. No entanto, a programação foi bem mais acertada do que a de 2007, que homenageou Nelson Pereira dos Santos. Desta vez, Glauber Rocha e Rogério Sganzerla foram as personalidades lembradas. Além de "Waldick", de Patrícia Pillar, a mostra abriu espaço para outras estréias, como "Diário de Sintra", de Paloma Rocha (filha de Glauber), e "Os desafinados", ficção de Walter Lima Junior, em comemoração dos 50 anos da Bossa Nova.



quarta-feira, setembro 14, 2005

Anos 80: O fim da música brasileira

A música brasileira é patrimônio de nossa cultura. Esteve ligada, ora na luta social, com estilos gerados nas periferias do país, ora na luta política, sendo uma grande arma de mobilização na luta contra a ditadura militar.Da “Era de Ouro do Rádio”, na década de 40, ao nascimento da Bossa Nova, o Brasil conseguiu respeito no cenário internacional.Nomes como João Gilberto e Tom Jobim conquistaram palcos americanos e gêneros populares como o samba, passaram a fazer parte de nossos registros históricos.

No contexto histórico-político, a música popular, representada principalmente pelos cariocas da Bossa Nova e os baianos do Tropicalismo, tiveram suma importância na mobilização dos jovens na luta pelo restabelecimento da democracia.Muitos deles passaram anos exilados, sendo procurados e torturados.

Enfim chegamos aos anos 80 e inicia-se na música brasileira um período de empobrecimento cultural, influenciado pelas tendências internacionais. Esse empobrecimento fica explicito quando analisamos a qualidade musical desse novo gênero intitulada rock brasileiro.Os acordes bem trabalhados e as músicas bem construídas – características de nossa música popular - dão lugar a músicas de poucos acordes, ma elaboradas e com letras sem significados.

Formado principalmente por estudantes universitários paulistas, cariocas e brasilienses - a maioria de famílias da alta sociedade -, esses “músicos” não correspondia à situação social de grande parte da população.Suas letras, algumas demasiadas sentimentais, outras por uma luta que não existia. Enfim, rebeldes sem causa. Impulsionados pela industria fonográfica, capitalistas sem nenhuma preocupação com a moral.

A derrocada da música atual é conseqüência dessa irresponsabilidade. Ao ligarmos o rádio, não conseguimos ouvi-lo por mais de dez minutos.Houve uma massificação da música.Surgem e desaparecem bandas a todo o momento.Sem nenhuma preocupação despejam letras sem sentido com três ou quatro bicordes mal trabalhados.

O esforço intelectual de nossa verdadeira musica popular brasileira foi destruída por meia dúzia de “bandinhas burguesas”.

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