" Nem o capuccino quente depois do filme me ajudou a digerir Jean Luc Godard. Minha primeira experiência com seu cinema foi um choque, um espanto, um novo sentido de arte cinematográfica. Em uma palavra: Genialidade - pra não comentar em poucas e injustas linhas um brilhantismo irredutível.
"A Chinesa" (La Chinoise, 1967) é uma aula de socialismo, de revolução, de história. De Marx e Lenin a Sartre, Camus passando pelo teatro de Samuel Becket e Brecht, o roteiro é digno de um gênio. Godard é pra ser lido e não apenas assistido, as imagens complementam o brilhantismo do texto. É um filme para ser revisto, esmiuçado, estudado, digerido aos poucos.
Godard me proporcionou nas telas o que Garcia Márquez, Sartre e Borges me propiciam na literatura, um estado de euforia, um ecstasy, um prazer.Impossível traduzi-lo em palavras sem reduzi-lo"
"Este filme não é apenas uma transposição fiel para o cinema de uma obra imortal da literatura brasileira.É antes de tudo, um depoimento sobre uma dramática realidade social de nossos dias e a extrema miséria que escraviza 27 milhões de nordestinos e que nenum brasileiro pode ignorar. "Inserido na fase mais produtiva do Cinema Novo, Vidas Secas é - do início ao fim - seco, árido e rude. A fotografia é marcada por excelentes locações, que reforçam o clima de aridez do filme.Outra característica são os longos períodos de silêncio preenchidas por açoes ríspidas e excelente interpretação dos atores (principalmente as crianças que pouco falam durante o filme).Uma das principais obras de um dos maiores diretores da história do nosso cinema, Nelson Pereira dos Santos.Ficha TécnicaTítulo Original: Vidas SecasGênero: DramaTempo de Duração: 103 min.Ano de Lançamento (Brasil): 1963Direção: Nélson Pereira dos SantosElenco: Átila Iório (Fabiano) Maria Ribeiro (Sinhá Vitória) Jofre Soares (Fazendeiro) Maria Rosa
James Joyce( in Elogio das Sombra, Borges, 1969)Em um dia do homem estão os diasdo tempo, desde o inconcebíveldia inicial do tempo, em que um terrívelDeus prefixou os dias e agonias,até aqule outro em que o umbíquo riodo tempo terrenal torne a sua fonte,que é o Eterno, e se apague no presente,no futuro, no passado o que agora é meu.Entre a aurora e a noite está a históriauniversal.Do fundo da noite vejoa meus pés os caminhos de hebreu,Cártago aniquilada, Inferno e Glória.Dá-me, Senhor, coragem e alegriapara escalar o cume deste dia.Borges, Jorge Luís ( 1889 - 1986) - Escritor. Considerado o maior poeta argentino de todos os tempos e um dos maiores escitores da Literatura mundial.Meu guia pelos labirintos da escrita, uma fonte inesgotável de conhecimento e uma mescla requintada de experiências literárias de toda parte do mundo.Borges é uma biblioteca que me atrevo a conhecer.+ Borges na Internet:Textos - www.releituras.com/jlborges_menu.aspBiografia e entrevista - http://www.secrel.com.br/JPOESIA/jlb.htmlSobre a obra - www.terra.com.br/almanaque/vidaeobra/borges.htmCrítica Literária - http://www.tanto.com.br/cassia-artigo.htm