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quinta-feira, setembro 03, 2009

Será o fim do jornal impresso? – (Parte.3)


Está na Folha de S. Paulo de ontem, 03/09/09:

Balanços de jornais dos EUA têm melhora

Se a crise dos jornais norte-americanos continua forte nos textos de colunas e blogs que vivem do assunto, alguns números recém-divulgados pelas maiores empresas de mídia dos EUA sugerem que o cenário é melhor do que há um ano. São os balanços do segundo trimestre de 2009 de companhias proprietárias de três dos cinco principais diários do país.


A New York Times Company, que publica o "New York Times", o diário mais prestigioso do país e terceiro colocado em circulação nacional, anunciou uma receita líquida de US$ 39,1 milhões, ante US$ 21,2 milhões no mesmo período do ano anterior. Seus custos operacionais caíram 20%, ou US$ 140,5 milhões, e a economia total pode chegar a US$ 450 milhões no ano, segundo Janet Robinson, presidente da empresa.

Os valores reportados são maiores do que esperavam os analistas do setor.
Surpresa semelhante causou a Washington Post Company, que publica o "Washington Post", quinto colocado em circulação e principal diário político, que anunciou uma receita de US$ 1,13 bilhão, um aumento de 2% nos últimos 12 meses, ante uma expectativa de US$ 1,09 bilhão. O Post teve ainda uma receita líquida de US$ 11,4 milhões, ante perda de US$ 2,7 milhões em 2008.

Já a Gannett, que publica o jornal mais vendido, o "USA Today", com uma tiragem média de segunda a sexta que chega a 2,1 milhões de exemplares, teve lucro de US$ 70,5 milhões no período, ante uma perda de US$ 2,29 bilhões em 2008, e uma diminuição de 72,3% nas despesas operacionais do segmento de publicações.

A divulgação da série de balanços, que ocorreu há algumas semanas, chegou mesmo a causar então uma pequena alta na cotação das ações de empresas jornalísticas abertas, que vinham sofrendo quedas consecutivas na Bolsa.

Nos EUA, o meio passa por um momento de redefinição por conta da crise causada pelo que especialistas chamam de "tempestade perfeita": um modelo de negócios insustentável iniciado nos anos 90, com a decisão de oferecer on-line de graça o mesmo conteúdo que é cobrado no papel; a migração lenta e ainda pouco significativa da publicidade do segundo meio para o primeiro; e a queda no volume de anúncios em geral, efeito da maior recessão das últimas décadas.

Além disso, e diferentemente das companhias europeias, por exemplo, as empresas jornalísticas norte-americanas eram até certo ponto inchadas. Um dos mais atingidos pela crise, quarto diário em tamanho de circulação mas com enfoque regional, o "Los Angeles Times" conta hoje com uma redação de 650 jornalistas. Em 2001, tinha o dobro de gente, ou o mesmo que o "New York Times" de hoje, que tem alcance nacional e cerca de setenta escritórios internacionais.

Outros perderam o foco ao longo dos anos, investindo em empresas de outros setores, das quais agora começam a se desfazer. A New York Times Company vendeu sua estação de rádio de música clássica por US$ 45 milhões e colocou à venda sua participação no New England Sports Ventures, dono do time de beisebol Red Sox.

Ainda assim, o meio jornal continua sendo a principal fonte de informação do país. Segundo levantamento feito em julho pela Scarborough Research a pedido da Newspaper Association of America (NAA), o número de adultos que leem jornal por semana nos Estados Unidos é de 128,5 milhões, ou 70,7% da população total de adultos do país.
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Leia+:

Será o fim do jornalismo impresso – Parte 1
Será o fim do jornalismo impresso – Parte 2
100 dias em 10 capas (Obama e as revistas)
Billy Wilder e o jornalismo

quinta-feira, outubro 02, 2008

Entenda a crise americana

Você deve estar cansado de ouvir nos jornais sobre a crise na economia americana, mas como não tem saco pra prestar atenção e entender todo aquele papo jornalístico, aqui vai uma versão para leigos do que aconteceu na economia dos EUA:

É assim:

O seu José tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça 'na caderneta' aos seus leais fregueses, todos bêbados e quase todos desempregados.

Porque decidiu vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobrepreço que os pinguços pagam pelo crédito) e ter um lucro maior.

O gerente do banco do seu José, um ousado administrador formado em curso de Administração e com MBA, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao boteco tendo a pindura dos pinguços como garantia.

Mais adiante, alguns executivos do banco lastreiam os tais recebíveis e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outra sigla financeira que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.

Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F (Bolsa de Mercadoria e de Futuros), cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu José ).

Mais adiante, esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.

Até que alguém descobre que os bêbados desempregados da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu José vai à falência.

E toda a cadeia desmorona.
Fim.

(Texto: http://abandapodre.blogspot.com )

sábado, maio 10, 2008

Opinião: Investment grade - Pessimismo e cautela

Renan Damasceno

(Leia o texto na íntegra no site do prof. Evaldo Magalhães)

O grau de investimento BBB - conferido ao Brasil pela agência de rating Standard & Poor divide opiniões. O avanço na credibilidade do país em atrair capital estrangeiro é reflexo de políticas econômicas corretas, adotadas no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e mantidas pelo sucessor Luís Inácio Lula da Silva, mesmo a contragosto de grupos aliados. No entanto, um grande abismo ainda separa o país do tão distante desenvolvimento: dívida interna a curto prazo, morosidade nas reformas básicas e a falta de aplicação no bem estar social podem tirar do Brasil o título recém-conquistado, como aconteceu com o Uruguai, em 2002.

Na última semana, a expectativa tomou conta do governo, que terá menos empecilhos ao solicitar empréstimos de organismos internacionais como o Bird e o FMI. A intenção é que o dinheiro seja repassado aos governos estaduais e municipais, para que a bonança tão festejada pelo mercado financeiro seja compartilhada também pela a população.

Ao contrário do mercado financeiro, que recebeu o grau de investimento BBB- com euforia, a mídia brasileira e internacional ainda analisa o avanço com reservas. Nos dias seguintes ao anúncio feito pela Standard & Poor, uma das três grandes agências de rating (as outras são a Moody's e a Fitch), o assunto ocupou os editoriais dos principais jornais do país. Renan Damasceno. (...)

Leia os editoriais:


O Estado de São Paulo - Novo status, velhos desafios
Folha de S. Paulo (para assinantes Uol)
Estado de Minas - Nem tudo são flores
Financial Times