segunda-feira, dezembro 21, 2009

#fotododia - 262, suas curvas e a duplicação que nunca acaba























Acidente envolvendo três carretas, no final da tarde de sábado (19/12), no Km 632, da BR 262, que liga o Espirito Santo ao Triângulo Mineiro. As fotos foram tiradas na tarde do dia seguinte, durante a retirada dos veículos, que caíram em uma ribanceira. O piloto de uma das carretas morreu. Foto: Renan Damasceno. Mais sobre o assunto, vale acompanhar a série de matérias do Estado de Minas sobre os riscos das estradas mineiras.

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terça-feira, dezembro 15, 2009

Querelas em torno de Tom


Da coluna de Ruy Castro, semana passada na Folha:


Ontem (8 de dezembro, grifo meu), 15 anos da morte de Tom Jobim. Bem à brasileira, o silêncio pela data foi esmagador. Alguns clipes e rádios lembraram sua música, mas não se observou nada especial ou novos CDs que não contivessem os mesmos e tão sovados fonogramas. E ainda há muito de Tom a descobrir. Principalmente nas catacumbas das gravadoras Continental e Odeon, em que ele trabalhou como arranjador ou maestro, em discos de Dick Farney, Dalva de Oliveira, Orlando Silva e outros.

Nas últimas semanas, Tom tem sido mais citado em querelas que passam ao largo de sua obra. Outro dia, no próprio aeroporto que o homenageia, o Galeão-Tom Jobim, um urubu distraiu-se e entrou pela turbina de um avião que acabara de decolar, o qual teve de voltar à pista. Isso vive acontecendo.
O cruel é que aconteça com urubus, que Tom adorava, e, com frequência, no Galeão, palco de manchetes indignas de sua memória:

"Tom Jobim atrasa 20 voos", "Tom Jobim caindo aos pedaços", "Cocaína apreendida no Tom Jobim". Foi para isso que deram seu nome ao aeroporto?


Outro arranca-rabo envolve a nova saída do metrô carioca a ser inaugurada: a de Ipanema. Alguns querem chamá-la de Tom Jobim; outros, de General Osório, em cuja praça fica, para que os turistas não a confundam com o aeroporto. Ao mesmo tempo, corre a pendenga sobre a localização de sua futura estátua: na praia ou na dita saída do metrô? E há os que querem mandar de vez para a reserva o velho Osório e dedicar a praça a Tom, que tanto a amou e namorou nela.

Em São Paulo, Tom Jobim (assim como Paulo Autran e Ayrton Senna) é um túnel. Mas, se a ideia de batizar um logradouro é o grande homem ter o seu nome imortalizado em envelopes, postais, telegramas etc., esta se frustrou -porque ninguém escreve para um túnel.

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Neste blog, Tom foi citado no artigo A história e as histórias do Farney-Sinatra Club e em outros textos sobre a Bossa Nova. Sobre Dick o Moviola publicou "As façanhas de Farnésio". Do Ruy Castro, esta salada mista aqui ó.



sexta-feira, dezembro 04, 2009

Um melodrama deliciosamente almodovariano


Estreou no último fim de semana nas salas brasileiras a 17ª película da carreira do diretor Pedro Almodóvar, Los Abrazos Rotos. Escapar dos clichês tentadoramente românticos ao comentar um novo filme do espanhol se torna mais difícil a cada obra, uma vez que o próprio Almodóvar propositalmente os sedimenta, crivando características que deixam sua assinatura inconfundível.

No novo filme, Almodóvar reforça sua paixão pelas cores e pelas mulheres, o toque autobiográfico e a maestria em intercalar os tempos narrativos. Estes, apenas para citar algumas pitadas do gênero almodovariano, reveladas em quase três décadas atrás das câmeras.


Em Los Abrazos Rotos, filme menos ambicioso que o último, Volver (2006), a "mulher de Almodóvar" (para nosso deleite!) é Penelope Cruz. Incrível como só no papel de Lena. No novo filme, ele é a paixão do roteirista e diretor Matteo Blanco, que usa o pseudônimo Harry Caine em trabalhos de encomenda.

A partir de um episódio traumático, Blanco fica cego, desiste do trabalho autoral e decide se identificar apenas com o pseudônimo. Em flashbacks, o ocorrido é esclarecido aos poucos e fica evidente que tudo está ligado à paixão por Lena, amante de um homem poderoso que se torna a estrela de um filme de Matteo.


Los Abrazos Rotos é um filme dentro do filme, uma declaração de amor de Almodóvar ao cinema. Nele, o espanhol recicla clichês típicos dos melodramas latinos, criando uma trama marcante e envolvente.

O filme é a boa novidade neste finzinho de ano, que não foi assim tão relevante para a história do cinema.





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Escrevi a crítica de Volver, no lançamento do filme, em 2006. Mais sobre cinema clique aqui.