quinta-feira, dezembro 29, 2005

Resenha - Budapeste

Resolvi dar uma pausa na leitura de Garcia Márques para reler Chico Buarque. Usando as palavras de José Saramago, não ouso dizer que algo novo aconteceu na literatura brasileira.
Uma construção engenhosa. Budapeste é um clássico da narrativa contemporânea. O livro se desenvolve, não apenas na linearidade do texto, mas de acordo com que as palavras vão surgindo, uma a uma, dando ao texto um ritmo cadenciado, envolvente e primoroso.
José Costa protagoniza o esvaziamento da língua portuguesa para adentrar ao idioma húngaro.Busca rechaçada pelas experiências vividas na capital húngara, Budapest. A cidade, um labirinto por onde Costa caminha descansando os olhos sobre o mapa, flanando pelas ruas e pontes sobre o rio Danúbio, parece ora cinzenta, ora amarelada.
A narrativa descritiva de Chico é outro atrativo. A Hungria e seu idioma são apresentados, primeiro de dentro de um quarto de hotel, para depois ser desvendados através dos ensinamentos da professora de idioma Kriska.
Enfim, o texto termina onde se confunde Chico com Zsoze Kósta.

Livro - Budapeste, Chico Buarque, 2003. 174 pags.
Premio Jabuti de Literatura - 2004.
Chico Buarque (1944 - ), carioca, escritor e compositor; autor de Estorvo( 1990) Benjamim(1995)