sexta-feira, dezembro 30, 2011

Pegou ...

A letra da música tem 248 caracteres em três estrofes (dois tercetos e uma quadra) que se repetem três vezes, em 2min45, sendo que da primeira para a segunda estrofe as únicas palavras que mudam são "nossa, nossa" trocadas por "delícia, delícia". É executada (nos dois sentidos) em quatro acordes: B F# G#m E. Fui o espectador número 95.895.107 do clipe, hoje cedo, no Youtube. 


Pronto! Só isso que tinha para falar sobre "Ai, se eu te pego", do cantor neo-sertanejo Michel Teló, que, em artigo da revista Forbes desta semana, teve o sucesso internacional comparado ao de Carmen Miranda, Ronaldo e Pelé, que entraram para a história com bem mais do que uma música, um filme ou um gol. Dificilmente, para não dizer nunca, vai ser biografado pelo Ruy Castro ou ser chamado de Rei por isso. 

Economicamente, abre as portas do mundo para o entretenimento brasileiro, ajudando a exportar Paula Fernandes e Luan Santana, nossas versões de Shania Twain e Justin Bieber. Nas últimas cinco décadas, oferecemos ao exterior Tom, Sérgio Mendes, Milton Nascimento, Naná Vasconcelos, Toninho Horta, Sepultura e engolimos muita coisa indesejada. Estava na hora de aprontarmos uma com eles...

quinta-feira, dezembro 29, 2011

Oremos

Grandes momentos do jornalismo:

Diferentemente do que foi publicado no texto "Artistas periféricos passam despercebidos", à pág. 5-3 da edição de ontem da Ilustrada, Jesus não foi enforcado, mas crucificado, e a frase 'No princípio era o Verbo' está no Novo, não no Velho Testamento."

(Folha de S. Paulo - 7.dez.94)

quarta-feira, dezembro 28, 2011

Eros no caos



Em ano de Primavera Árabe, morte de Osama Bin Laden e Steve Jobs, crise europeia, dos movimentos de ocupação, de Fukushima e outros desastres, imagens fortes não faltaram. Mas em meio a tantas fotos de guerra, sangue, tiroteio e destruição (como vocês podem ver nesta excelente seleção), fico com o lirismo do registro Rich Lam/Getty Images, em Vancouver (Canadá), durante a violência gerada pelos torcedores do time de hóquei local, Canucks, após a derrota para o Boston Bruins, em julho, na decisão da Stanley Cup. Lembrei, aos escolher a foto, do texto "Eros no caos dos egos em fúrias" publicado pelo Piauí #58, que acompanha as fotos da manifestação na seção _portfólio.

terça-feira, dezembro 20, 2011

Ilhabela vale um conto…



“Amanhã à noite o tempo muda. O mar vai ficar grosso e, para atravessar, só até o meio da tarde”. A previsão do canoeiro Didico, que há 30 anos vive da pesca e da travessia entre o canal de São Sebastião e a Ilhabela, Litoral Norte de São Paulo, soou como um preceito. No fim do dia seguinte, o tempo escureceu, a chuva veio e nenhum boneteiro saiu ao mar. Didico é da praia do Bonete, uma das mais de 40 que formam Ilhabela, município-arquipélago a 135 quilômetros de São Paulo. Fica ao sul da ilha, na costa voltada ao oceano Atlântico, e pode ser acessada de barco ou pela trilha que rompe a mata atlântica, passando belas cachoeiras. A caminhada de 11.740 metros, que levei pouco menos de quatro horas para completar, tem grau de dificuldade elevado. O visual vale o sacrifício. (matéria completa aqui)

quarta-feira, dezembro 14, 2011

O Grito



A foto de Jackson Romanelli, na capa do Estado de Minas de ontem (13/12) é uma das melhores do ano. A ajudante de cozinha Naielle Cristina Alves da Silva, de 21 anos, presa nas ferragens da van atingida por ônibus na segunda-feira na BR-040, em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte, em acidente que envolveu quase 100 pessoas e deixou 31 feridos.

sexta-feira, novembro 25, 2011

Salva-vidas

A sequência "Violência Abortada", de Epitácio Pessoa (Estadão), mostra o jovem reciclador Adriano Carlos Gonçalves da Silva, de 19 anos, fugindo amarrado, após escapar de dois homens que o executariam, no bairro Olaria (Lorena-SP). Adriano conseguiu se libertar com a chegada do carro da reportagem do Grupo Estado e o flagrante captado pelo fotógrafo. “Quando fiz as fotos me senti usado por Deus para salvar uma vida. Isso já foi o meu maior prêmio”, afirmou Epitácio, premiado com o Esso de Fotografia deste ano.


quarta-feira, novembro 16, 2011

Vale um conto

Desde Nove Rainhas (2000, dir. Fabián Bielinsky), considero Ricardo Darín um dos melhores atores em atividade no cinema mundial. Minha opinião foi ganhando consistência com a atuação do argentino em Kamchatka (2002, Marcelo Piñeyro), Lua de Avellaneda (2004, Juan José Campanella), culminando no premiado O Segredo de Seus Olhos (2009, Campanella), vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Entretanto, fui perceber sua versatilidade em dois filmes menores que assisti este ano: Carancho (Pablo Trapero), em que interpreta um advogado que aproveita de vítimas de acidentes de trânsito para lucrar o seguro -- conhecidos como Abutres --, e, agora, em Um Conto Chinês (Sebastián Borensztein). O filme, mais um da rica produção argentina, sustentado pela figura de Darín (aqui, entrevista dele ao Starte, da Globo News), é marcado pelas sutilezas e rudez do amável protagonista. É um conto sutil, pequeno como um conto chinês, mas que se revela sábio e grandioso.


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sábado, novembro 12, 2011

Polícia, para! Quem precisa?

Não queria entrar no debate PM-USP, mas diante do reducionismo que se tornou o assunto – maconheiros x boçais, e nada mais –, uma coisa me impressionou nos últimos dias: ex-companheiros de faculdade, atuais universitários e tantas outras pessoas que passaram a vomitar moralidade e conservadorismo nas redes sociais. Não que o argumento usado (de que os universitários não passavam de playboys, bancados pela família), não seja válido, mas pela forma que decidiram marginalizar a manifestação, criando uma patrulha moral e ideológica. Cuidado, pessoal, para não sair batendo continência ao primeiro golpe de estado ...





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quarta-feira, novembro 09, 2011

Smokin Joe



Dentro do ringue, apenas dois homens foram capazes de superar Joe Frazier: Muhammad Ali e George Foreman. Fora dele, o primeiro homem a vencer Ali foi nocauteado na noite de segunda-feira, aos 67 anos, vencido por um câncer no fígado. Frazier, que recebeu o apelido de ‘Smokin’ Joe, ficará na memória dos amantes do boxe por ter sido o primeiro a derrotar Cassius Clay, que mais tarde passaria a se chamar Muhammad Ali, no auge de sua glória, em 8 de março de 1971, no Madison Square Garden (Nova York). Batizado de A luta do Século, o combate foi dominado por Ali nos três primeiros assaltos e por Frazier, a partir do quarto. No sexto, Ali demonstrava muito cansaço e Frazier aproveitou para encurralá-lo. No último round, Joe acertou belo gancho de esquerda, desequilibrando o oponente. Na decisão por pontos, os juízes deram a vitória a Frazier por unanimidade. A derrota foi muito sentida por Ali, que voltou a disputar um cinturão mundial apenas em 1974, quando superou George Foreman, em luta no Zaire, confronto retratado pelo documentário Quando éramos reis. (Leia o texto completo: O adeus a uma lenda do boxe)

quarta-feira, outubro 26, 2011

terça-feira, outubro 18, 2011

Anagramas (parte 3)

O R L A N D O S I L V A

S A L V O N O A R D I L




quarta-feira, outubro 12, 2011

Digital x Papel


A internet modificou muitos aspectos do nosso cotidiana e, como não poderia ser diferente, alterou nosso relacionamento com os meios de comunicação -- e com os jornais diários, em particular. A Associacion para la Investigación de Medios de Comunicacion (AIMC), da Espanha, acaba de publicar a pesquisa "A imprensa: Digital x Papel", que investigou o comportamento e as preferências dos leitores em relação aos sistemas de distribuição de conteúdos, tradicional e online. O quadro acima, retirado do site Paperpapers, resume bem qual tipo de conteúdo os leitores procuram em cada plataforma. Uma leitura rápida é suficiente para perceber que o público consome jornal impresso para formar opinião e aprofundar em assuntos e temas -- o que nos leva a concluir que o papel deve ser cada vez mais analítico, responsável por ler e traduzir a notícia para o cotidiano do leitor. O breaking news (os boletins curtos e instantâneos) e a cobertura full time passam a ser, em definitivo, função da internet.

quarta-feira, outubro 05, 2011

Tks, Jobs!




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quarta-feira, setembro 28, 2011

Entendendo Miles




Via Folha Ilustrada

terça-feira, setembro 27, 2011

Suicidal tendencies


La defunción inminente de los periódicos de papel no debería ser considerada muerte natural. Es un suicidio. Como lector, mi paciencia se agota. Cuando compro el diario no busco estilos de vida, famosos, frivolidades, sinergias o momias. Quiero información cierta y responsable sobre la actualidad, basada en la observación y los principios morales. Es decir, quiero periodismo. Y si es posible, con algo de talento.

Trecho do texto El suicidio del periódico (de papel), publicado no site Quarto Poder.

sexta-feira, setembro 23, 2011

Anagramas (parte 2)

E D I R M A C E D O

C R I A D E D E M O




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domingo, setembro 11, 2011

11/9 - Veja como eles lembraram

Sair do convencional sem deixar de informar e transmitir toda a carga dramática da maior catástrofe da história do país foi o desafio dos jornais norte-americanos hoje, exatos 10 anos depois do ataque terrorista ao World Trade Center, em Nova York. Muitos apostaram na simplicidade gráfica, uma vez que pouca coisa inédita sobrou para falar uma década depois de muito exploração ao assunto. Apenas lembrar.















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sábado, setembro 10, 2011

O fim da era Federer


Na virada da década de 1970 para 1980, era impossível prever qual seria a final dos quatro Grand Slams da temporada. Desfilavam pelas quadras da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e Estados Unidos, tenistas que mudaram os padrões do esporte, como o sueco Bjorn Borg, os norte-americanos John McEnroe e Jimmy Connors, o sueco Mats Wilander e o argentino Guillermo Villas.

Já a década seguinte foi marcada pelo domínio dos estadunidenses - primeiro com Jim Courier e depois Pete Sampras e Andre Agassi, que venceram juntos 26 Slams -, e o ressurgimento do tênis sul-americano, com Gustavo Kuerten e o chileno Marcelo Ríos.

A derrota do suíço Roger Federer para o atual número 1 do mundo, Novak Djokovic, por 3 a 2 (6/7, 6/4, 3/6, 3/6, 7/5), nas semifinais do Aberto dos Estados Unidos, nas quadras rápidas de Flushing Meadows (Nova York), marcou o fim de mais uma era do tênis. Pela primeira vez desde 2003, o suíço vai fechar o ano sem um título de Grand Slam. Desde o troféu em Melbourne, há oito anos, ele venceu 16 das 23 decisões que disputou, se tornando o maior vencedor de todos os tempos dos quatro torneios mais importantes do circuito.

Aos 30 anos, Federer caiu nas semifinais na Austrália, perdeu a final francesa para Nadal esaiu nas quartas de final do torneio londrino, do qual lutava pelo heptacampeonato. Nos Estados Unidos, é o único pentacampeão consecutivo da era aberta (2004/2008) e lutava este ano, contra o retrospecto e os arquirrivais Nadal e Djokovic, pelo hexacampeonato. No entanto, sequer chegou à decisão dos torneios preparatórios em quadra rápida (Washington, Montreal e Cincinatti).

Nascido na pequena Binningen, próximo a Basel (Suíça), filho único de um comerciante de produtos farmacêuticos com uma sul-africana, Federer é considerado por muitos o maior tenista de todos os tempos. É apontado como jogador completo, pela classe e técnica. Vencedor de importantes torneios de juniores, estreou no circuito profissional em 1998, no ATP 250 Gstaad, em seu país. Dois anos depois chegou à primeira decisão, em Marselha, e, em 2001, alcançou a surpreendente quartas de final em Roland Garros.

Sem muita preferência por piso – embora seus melhores resultados sejam na grama e no sintético –, o suíço chegou ao topo do ranking mundial em 2 de fevereiro de 2004, posição que ocupou por 285 semanas, apenas uma a menos que o recordista Pete Sampras. Foram 237 semanas consecutivas, recorde bastante superior ao do segundo colocado, Jimmy Connors (160).

Esta é a 130ª edição do torneio estadunidense, que foi disputado de 1881 a 1968 com o nome de Campeonato Nacional dos Estados Unidos. Passou à US Open com a profissionalização do circuito, quando começou a Era Aberta. (Renan Damasceno)

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#FedererxNole: assisti aos dois últimos sets em uma pizzaria perto de casa. Nos pontos decisivos, já beirando 18h, hora das partidas de Cruzeiro e América, as mesas começaram a ser ocupadas e ninguém desgrudou os olhos da tela até a vitória de Djoko. Todos lamentaram. A torcida pelo suíço era unânime.

quarta-feira, julho 27, 2011

Feed Otimizado Relacionado a Alguém (FORA)

O movimento encampado por todas as torcidas -- com o apoio de blogueiros, jornalistas esportivos e um empurrãozinho da Rede Record, desafeto declarado -- contra a gestão de Ricardo Teixeira à frente da CBF intensificou à 0h desta quarta-feira.

Para reunir o que se fala sobre (leia-se contra) Teixeira nas redes sociais, foi criado o site www.foraricardoteixeira.com.br. Tudo o que for publicado acompanhando a hashtag #foraricardoteixeira no Twitter e no Facebook será contabilizado no domínio. Em 4h, o "foraricardômetro" já contava 60 mil adeptos.

Os fundadores fizeram uma descrição irônica. Segundo eles, o site “não tem como objetivo tirar o senhor Ricardo Terra Teixeira”, que tem “cinco mandatos de muita transparência e trabalho duro à frente da CBF.” O nome do site, na verdade, é F.O.R.A, “uma inofensiva sigla, que significa Feed Otimizado Relacionado a Alguém (...) um sítio de utilidade pública para todos nós, fãs do senhor Teixeira, ficarmos por dentro de tudo o que esse exemplar administrador está preparando para a grande festa do futebol mundial”, explica a descrição.

Embora o número de tuítes tenha sido muito alto, a tag não apareceu entre os assuntos mais comentados do Twitter, apesar de, em uma simples busca, fique claro que o #foraricardoteixeira é o principal tema do momento. Cogitou-se que, com o grande volume, os servidores tenham detectado spam -- explicação já desmentida por blogueiros.

sábado, julho 23, 2011

No mundo dos ídolos, 15 segundos de fama têm o fim aos 27

Billie Holiday bebeu hectolitros de conhaque, além de usar toda sorte de entorpecentes, e morreu aos 44. Miles Davis, amigo íntimo da heroína, transou em todas, do jazz ao rock elétrico, até morrer aos 65, em 1991. Keith Richards dispensa comentários. Elvis, que declinou em morfina, então, is not dead. Ozzy, que tive o prazer de vê-lo há poucos meses, continua na ativa, esbanjando, sejamos bonzinhos, boa vontade.

Há três anos, o João Renato Faria fez matéria para o Divirta-se prevendo a morte de Amy aos 27, que se juntaria desta forma ao panteão dos ícones Janis, Jim, Jimi, Jones e Cobain -- todos com o mesmo fim da cantora inglesa, encontrada morta em sua casa, neste sábado (23/7), segundo a polícia londrina.


Todas as palavras que evocam a criação de um ídolo, remete a transcendência (imortal, eterno, etc), deixando a vida em um plano bem inferior. Até mesmo o Aurélio, este seco e prático pai dos burros. "Ídolo: Objeto no qual se julga habitar um espírito e por isso venerado"

Não me espanta Amy Winehouse ter provocado a própria morte aos 27 para tornar-se imortal, talvez prevendo o declínio da própria carreira, que se esvaía a pó e álcool. No mundo dos ídolos, 15 segundos de fama têm o fim aos 27.


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quarta-feira, julho 20, 2011

O dia em que o Gigante da Avenida ficou pequeno


"Quando o juiz Ângelo Ferrari apitou o final do jogo, só não saiu para as ruas de Alfenas quem era ruim da cabeça ou doente do pé. Foi uma festa só, que varou a madrugada. Por que tanta alegria? Simplesmente porque a zebra esperou nada menos do que 41 anos para pegar de jeito o poderoso Atlético de Cerezo, Palhinha, Luisinho e Reinaldo. Em 1939, naquele mesmo estadinho, o Atlético dos legendários Kafunga e Mário de Castro, em sua primeira visita a Alfenas, ganhara de 5 a 1 do América local. Foi bom demais, pois o time da casa fez até gol.

Domingo, lá estava de novo o Galo. E como há 41 anos, um golzinho do Alfenense já seria excelente, mas não é que foi melhor, sô? Numa reposição defeituosa de bola de João Leite, Tatau fez 1 a 0 no primeiro minuto do segundo tempo. Depois, o goleiro Nivaldo e os becões Guilherme e Barra Mansa garantiram a vitória.

As 15 mil pessoas presentes ao estádio (renda recorde do interior mineiro: Cr$ 1.816.000) custaram a acreditar no que viam. E só acreditaram mesmo quando o jogo acabou. Aí, haja cerveja, haja rojões. E viva os heróis Tatau, Nivaldo e Barra Mansa"

Revista Placar, 10/10/1980.

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CURTAS

#AlfenensebiggerthanAtleticoMineiro 1
Por Twitter, o ex-goleiro e deputado estadual João Leite, em resposta a uma provocação minha e do deputado Pompílio, ex-prefeito de Alfenas, lamentou. "O Tatau me deixou sentado. única derrota do Galo no Mineiro de 1980".

#AlfenensebiggerthanAtleticoMineiro 2
No Facebook, o Alexandre Polaccowsky lembrou que " Esse Barrra Mansa fez história, já jogou no Minas de Boa Esperança, em 1988".

Se você tem mais histórias, sobre o jogo, deixe nos comentários


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Alfenense 1 x 0 Atlético

Ficha Técnica
Data: 05 de outubro de 1980
Local: Alfenas
Estádio: Francisco Leite Vilela, o Gigante da Avenida.
Motivo: 1ª Fase do Campeonato Mineiro 1980
Gol: Tatau, ao 1 do segundo
Público: 15.000
Renda: Cr$ 1.816.000,00
Árbitro: Ângelo Antônio Ferrari

Alfenense
Nivaldo; Sérgio Cunha, Guilherme, Barra Mansa e Vanderlei; Mauro, Ademir, Caca (Nenem) e Tatau; Larri (Toinho) e Edu.

Atlético
João Leite; Orlando, Osmar Guarnelli, Luisinho e Jorge Valença; Pedrinho (Heleno), Chicão, Toninho Cerezo e Renato Queiroz (Fernando Roberto); Eder Aleixo e Reinaldo

sábado, junho 18, 2011

From John To Ton




A terceira passagem de John Pizzarelli por Belo Horizonte em menos de 10 anos reforçou ainda mais a ligação desse guitarrista norte-americano, de afinação e suíngue ímpares, com a música mineira. A apresentação no Teatro Oi Futuro, uma casa pequena para cerca de 350 pessoas, na sexta-feira (17/6), foi mais descontraída do que as anteriores, permitindo a John contar histórias e enumerar suas influências brasileiras: das alterosas, lembrou da vez em que Milton Nascimento assistiu a seu show, no Rio, de Paulo Braga e Toninho Horta.

Embora eu tenha visto o concerto de cerca de duas horas a seco -- em 2009, no Music Hall, o bar servindo rum e uísque deixou o clima mais saboroso --, percebi a destreza de Pizzarelli ao comandar um repertório cheio de standards e músicas populares estadunidenses intercaladas com o mais fino do instrumental reunido em quase trinta anos de carreira. Seu fiel baixista e irmão Martin Pizzarelli, o baterista Tony Tedesco e o pianista Larry Fuller completavam o quarteto.

No setlist, composições e músicas imortalizadas por Duke Ellington, Nat King Cole, irmãos Gershwins; músicas e arranjos próprios; a última parte com a sequência de Desafinado, Só Danço Samba e Garota de Ipanema; e o encerramento (como há dois anos) com Can't buy me Love, uma de suas (des)construções do álbum Meet the Beatles, de 1998.

Antes da feijoada do dia seguinte, servida no almoço do tradicional Paladino, aquele ali no caminho entre a orla da Pampulha e a Toca da Raposa, John pode conversar mais à vontade, durante um workshop e jam session ao lado de Toninho Horta, que está de volta a terra natal para comandar o projeto Aqui Ó Jazz (participe do grupo no Facebook e conheça o site).

O encontro, que contou ainda com Juarez Moreira, foi no Conservatório de Música da UFMG.

JOÃO GILBERTO

Meu pai (o guitarrista de swing jazz, Bucky Pizzarelli) ouviu João Gilberto no rádio do carro e comprou o disco Amoroso logo em seguida. Lembro de vê-lo ouvindo 'S wonderful e Besame Mucho e ele sempre voltava ao início tentando compreender como Gilberto avançava e atrasava o tempo. A gente ouvia só o lado A, de tanto que ele repetia as músicas tentando compreender. Há pouco tempo, com meu Ipod, passei a ouvir o lado B, Zíngaro, All of Me, uma vez que não tem a divisão ... (risos).

VIOLÃO BRASILEIRO
Existe o jeito de João Gilberto tocar (explica elevando a mão direita mais alto), existe o jeito de Toninho tocar (separando a mão esquerda do corpo, um pouco mais baixo em relação à direita). Também há o jeito do João Bosco. "Brrrinquedo de papel marchê" (dedilhando ao violão). Eu tento fazer algo no meio de tudo isso. São diferentes, ideias diferentes, nas mesmas seis cordas. É incrível.

TONINHO

Ouvi Toninho Horta em um K7 que ganhei da minha ex-namorada. Um dia ele apareceu no estúdio que estava gravando, em Nova York. Perguntei ao pessoal que me acompanhava. "Quem é aquele?". "Não sei, acho que é Ivan Lins". Mas na hora que soube que era Toninho, levei o tape para ele autografar.

Certa vez, no nosso apartamento em Nova York, ele apareceu. Meu pai chegou com o Toots Mondello (importante nome do sax alto do swing jazz). Toninho pegou a guitarra e tocou, acho que Gershwin, e todo mundo ficou maravilhado. Meu pai balançava a cabeça, boquiaberto, e me perguntava. "Who is that guy?"

MUSICALIDADE

Aprendo primeiro a harmonia para depois entender o acompanhamento. Aprendi isso, quase instintivamente, vendo o meu pai tocar. Eu sabia acompanhá-lo e, quando ele pedia para eu solar, já sabia onde estavam os acordes. Fica mais fácil, por exemplo, quando você se perder no solo: é só voltar na harmonia. Aprendi ouvindo muitos discos: Joe Pass, João Gilberto. Do meu pai, absorvi as harmonias. A música é o carro e a melodia, a gasolina.



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quarta-feira, junho 15, 2011

Borges e eu



Há seis anos, entre as estantes tortuosas e labirínticas de um sebo do Prédio Maleta, no centro de Belo Horizonte, encontrei um livro de Borges, à penumbra de tantos outros de poesia. Não era a seção mais indicada para encontrar a obra desse contista universal, mas se tratava de Elogio da Sombra, de 1969, quando o argentino contava 70 anos e convivia com a cegueira, que o obrigou a buscar a essência das palavras desmascaradas nas métricas da poesia.

Instigado a conhecer aquele escritor, que já ouvira falar em reportagens sobre Buenos Aires e num dossiê feito pela revista Cult em seu aniversário de segundo ano, não hesitei em abrir
o livro fininho em uma página aleatória: The Undening gift, ou O Infinito Presente (tradução livre, uma vez que o tradutor Carlos Nejar preservou o título original) foi meu aleph, uma porta de entrada, para tentar desvendar esse labirinto de espelhos que forma a obra de Borges, dispersa por mais de cinquenta anos de dedicação à produção literária e ao esforço bibliotecário de comprender os grandes autores e clássicos, do ocidente de Dom Quixote ao oriente d'As Mil e uma noites.

Há um ano estive em Buenos Aires e conheci o bairro em que Borges cresceu, na rua Serrano, em Palermo (foto). Ele nasceu em uma casa da rua Tucumán, 840, na região central, mas a residência não existe mais. Em 1944, Borges e sua mãe se mudaram para um exíguo apartamento à rua Maipú, também no centro, onde o escritor viveria por 41 anos. Lá, Borges ditou à sua mãe suas principais obras: O Aleph, O Informe de Brodie, entre outros.
Meu preferido é a coleção de contos de Ficciones, escritos entre 1941 (Primeira parte: O Jardim de Caminhos que se Bifurcam) e 1944 (Segunda parte: Artifícios). Nele recortamos alguns elementos que fascinavam Borges: os labirintos, os espelhos, a memória, a biblioteca e os catálogos inimagináveis, os pampas, a literatura anglo-saxônica e os clássicos gregos ou de língua espanhola.

Há 25 anos (em 14 de junho de 1986, ano em que nasci), Borges partia deste mundo, como bem definiu o jornalista Ariel Palácios, do Estadão, "para tornar-se tal como em seu poema sobre sua amada Buenos Aires em 'eterno como a água e o ar'".



THE UNENDING GIFT



Um pintor prometeu-nos um quadro.
Agora, em New England, sei que morreu. Senti, como
outras vezes, a tristeza de compreender que somos como
um sonho. Pensei no homem e no quadro perdidos.
(Só os deuses podem prometer, porque são imortais.)
Pensei em um lugar prefixado que a tela não ocupará.
Pensei depois: se estivesse aí, seria com o tempo uma coisa
mais, uma coisa, uma das vaidades ou hábitos da
casa; agora é ilimitada, incessante, capaz de qualquer
forma e qualquer cor e a ninguém vinculada.
Existe de algum modo. Viverá e crescerá como uma
Música e estará comigo até o fim. Obrigado, Jorge Larco.
(Também os homens podem prometer, porque na promessa
Há algo imortal.)

terça-feira, junho 07, 2011

A tabuleta do Custódio


"Há em Esaú e Jacó, de Machado de Assis (1904, quatro anos antes de sua morte), o episódio do negociante Custódio, surpreendido pelo advento da República ao pintar sua tabuleta de Confeitaria do Império. Custódio mandou parar o trabalho, mas este já estava avançado. Alguém sugeriu-lhe Confeitaria da República. O negociante coçou a cabeça: "E se houver reviravolta?" Outro, mais precavido, indicou-lhe Confeitaria do Governo. "Nenhum governo deixa de ter oposição e estas, quando descem à rua, podem implicar comigo, imaginar que as desafio, e quebrarem-me a tabuleta". Veio novo conselho: "Nesse caso, ponha Confeitaria do Catete". Mas o negociante acabou optando pela Confeitaria do Custódio.

sábado, junho 04, 2011

segunda-feira, maio 30, 2011

Better than Jordan?

Às vésperas da série decisiva da NBA, o hexacampeão Scottie Pippen (ex-Chicago Bulls), apimentou ainda mais a discussão sobre quem foi o maior jogador de basquete de todos os tempos. Impressionado com a atuação de gala do ala LeBron James na vitória do Miami Heat sobre seu ex-time por 83 a 80 – triunfo que credenciou a franquia da Flórida à finalíssima contra o Mavericks –, Pippen afirmou na sexta-feira (27) que LeBron é mais completo que Michael Jordan, seu ex-companheiro de Bulls, e considerado o maior atleta do esporte.

“Jordan é provavelmente o maior pontuador que já passou pela NBA, mas acredito que LeBron James talvez seja o maior jogador de todos os tempos. Ele não é só um grande cestinha. Além do seu grande poder ofensivo, também é bom marcador e consegue dominar o jogo do início ao fim”, disse Pippen em entrevista à rádio ESPN americana.

Em pouco tempo, a declaração alcançou repercussão mundial e se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter. Diante da indignação dos fãs, principalmente do Bulls, Pippen usou a própria rede de microblogs para se retratar. “Não me entenda errado. Jordan era e ainda é o maior, mas LeBron tem todos os meios, hoje em dia, para chegar ao nível dele”.

Embora os mais apaixonados não aceitem comparações, James caminha para uma carreira tão vitoriosa dentro de quadra quanto a do hexacampeão Michael Jordan, que se aposentou em 2002. No entanto, a polêmica envolvendo sua transferência do Cleveland Cavaliers para o Heat ofuscou sua popularidade. A principal crítica foi que ele abandonou o time que o revelou para se juntar às estrelas Dwyane Wade e Chris Bosh para ter chances de ganhar um título – atitude que Jordan não tomou mesmo com as sete tentativas frustradas antes de ser campeão em 1991.

As estatísticas dos dois impressionam. Em suas primeiras oito temporadas (1985-1992), Jordan alcançou média de 32,2 pontos por jogo, ao passo que LeBron mantém 27,7. Os dois foram escolhidos MVP (jogador mais valioso) mais de uma vez, conquistaram duas medalhas olímpicas e conquistaram dois títulos da Conferência Leste. Em 589 partidas, Jordan marcou 19.010 pontos (ao fim da carreira chegou a 32.292, atrás apenas de Kareem Abdul-Jabbar e Karl Malone). LeBron, em 627 jogos, fez 17,362. Falta a LeBron os títulos, que consagraram Jordan na década de 1990.

sexta-feira, maio 27, 2011

Uma nova chance

Renan Damasceno - Estado de Minas

Desde 1947, quando foi criada a NBA, vários astros que ajudaram a formar a história da mais importante liga de basquete do mundo não conseguiram conquistar o tão sonhado anel de campeão. O lendário ala Elgin Baylor defendeu o Lakers por 13 anos (1958 a 1971) esbarrando sempre no imbatível Boston Celtics, de Bill Russell.

Na década seguinte, foi a vez de Pete Maravich (Hawks, Jazz e Celtics) correr atrás do título em vão. Dos 12 atletas que formavam o Dream Team em Barcelona'1992, a metade jamais ergueu a taça: Patrick Ewing, Charles Barkley, Karl Malone, John Stockton, Chris Mullin e Christian Laettner. A extensa lista tem ainda Reggie Miller, Dikembe Mutombo e Dominique Wilkins.



Nesta temporada, dois dos mais importantes jogadores em atividade têm uma chance que não é fácil de ser repetida. O armador Jason Kidd, de 36 anos, e o ala alemão Dirk Nowitzki, de 32, conseguiram nova oportunidade de conquistar o anel de campeão, após saírem frustrados de suas primeiras tentativas.



Quarta-feira, os veteranos lideraram o Dallas Mavericks na vitória sobre o Oklahoma City Thunder, por 100 a 96, fechando a série final da Conferência Oeste em 4 a 1. Com o resultado, o time texano se credenciou à finalíssima depois de cinco anos – encarando justamente o algoz de 2006, o Miami Heat.

Revelado pelo próprio Mavericks em 1994, Kidd se transferiu para o Phoenix Suns três anos depois. Após fracassar em cinco temporadas, foi negociado ao New Jersey Nets, franquia pela qual chegou a duas decisões seguidas. Em 2002, ao lado de Keith Van Horn e Kenyon Martin, foi atropelado pelo Los Angeles Lakers (4 a 0) e, no ano seguinte, chegou a vencer duas partidas, mas esbarrou no San Antonio Spurs de Tim Duncan (4 a 2).

Já Nowitzki fez uma temporada impecável em 2006, quando foi escolhido o jogador mais valioso (MVP), e levou o Mavericks à primeira decisão de sua história. Mesmo com atuações memoráveis, o alemão não conseguiu superar o Heat, que naquele ano havia se fortalecido com o tricampeão Shaquille O’Neal jogando ao lado de Alonzo Mourning e Dwyane Wade. Nesses playoffs, o alemão está fazendo mais uma vez a diferença. No primeiro jogo contra o Thunder fez incríveis 48 pontos. Sua média é de 28,4 pontos na fase decisiva, número superior a de sua carreira (23).

quinta-feira, maio 19, 2011

Classificação livre

Se o Motley Crue ganhou notoriedade pelos excessos na década de 1980, a primeira passagem da banda pelo Brasil, 30 anos após o início na Califórnia, mostrou que a rotina de três décadas no palco é mais cansativa, maçante e mecânica do que supõe a vã filosofia do sex, drugs and rock'n roll.

À véspera de desembarcar na Argentina para dois shows no estádio do Racing, em Avellaneda, os pais do "hair metal", aqui mais conhecido por "metal farofa", fizeram show digno de terça-feira fria e preguiçosa, daquelas de passar o tempo no trabalho apontando lápis.


Apesar do esforço de Mick Mars, Nikk Sixx, Vince Neil e Tommy Lee - no caso do primeiro, esforço físico mesmo, por causa do problema crônico na coluna -, o show foi sem grandes emoções: cronometrado (1h30 e nada mais), sem interações além da conta e (oh, god!) sem mulheres no palco.

No Credicard Hall, em São Paulo, na última terça-feira (17), o Crue foi quase um grupo de tios gente-fina, que faz questão de tocar o que os meninos gostam. Tommy, que nunca foi de falsos pudores - vide as atuações ao lado da S.O.S Pamella Anderson -, estava comportadíssimo. Sixx, o preferido dos fãs, pelas aventuras esmiuçadas em This Is Gonna Hurt: Photography and Life Through The Distorted Lens of Nikki Sixx, que figurou na lista dos livros mais vendidos do NYT, fez nada além do dever de casa.

Mars, visivelmente debilitado pela doença degenerativa nos ossos, se enconstava em uma das partes do palco para apoiar as costas. Seu solo foi desordenado, sem técnica e feeling.

O repertório foi executado com a precisão de quem coloca a mesma porca num parafuso há 30 anos. Foram 15 músicas, 15 clássicos, 15 filmes que se exibiam na frente dos olhos dos fãs - de 15 a 50 anos.

Eu estava lá e, embora não presenciasse uma apresentação de fôlego como as de outrora, levantei meu copo de cerveja e ouvi o setlist que sonhava desde os 16, numa boa, como um moleque extasiado que tem a oportunidade de ver seus ídolos, no melhor estilo de filme de Sessão da Tarde.

O repertório -Wild Side, Saints of Los Angeles, Live Wire, Shout at the Devil, Same Old Situation, Primal Scream, Home Sweet Home, Don't Go Away Mad (Just Go Away), Dr. Feelgood, Too Young to Fall in Love, Ten Seconds For Love, Smokin' In The Boys Room, Girls, Girls, Girls, Kickstart My Heart, Looks That Kill

terça-feira, maio 03, 2011

segunda-feira, maio 02, 2011

Yes, we kill!

Folha da Noite, 2 de maio de 1945



Folha de S. Paulo, 2 de maio de 2011


Yes, we kill


Apesar de ser considerado um furo mundial da CNN, a primeira informação compartilhada sobre a morte do terrorista e líder da Al Quaeda Osama Bin Laden teria vindo do twitter de Keith Urbahn, funcionário do escritório do ex-secretário de Defesa, Donald Rumsfeld. O tweet teria sido publicado assim que a notícia corria no corredores da Casa Branca e enquanto Obama estaria formulando seu discurso oficial. Se for, podemos chamar a informação de @keithurbahn o maior furo até aqui em uma rede social? Acho que sim.

O assunto dominou os trending topics (lista dos assuntos mais comentados) logo que a informação foi dada pela rede de TV norte-americana, pouco antes da meia-noite (de Brasília). E gerou, em pouquíssimo tempo, o maior número de piadas, frases e trocadilhos da história do twitter. Separei algumas:

- "@osama At Islamabad with 4 others" postado pelo foursquare no Facebook foi a pista para o exército americano encontrar Osama.

- O ex-governador da Califórnia acaba de divulgar uma nota oficial: "Hasta la vista, baby!"

- Corre boato que tudo não passa de ação mundial de marketing da Gillete. Amanhã, Osama Bin Laden aparece no intervalo da Oprah Winfrey de barba feita.

- Al Quaeda sem líder? PMDB tem nomes a indicar e insatisfeitos já flertam com partido do Kassab.

- RIP Osama Bin Laden: Campeão Mundial de Pique-Esconde - nove anos, sete meses e 20 dias.

- Resumindo: bastou a rede do PlayStation cair para os soldados trabalharem.

- Agora, a única chance dos Democratas perderem em 2012 é Obama ser parado numa blitz no Rio e recusar-se a soprar o bafômetro.

terça-feira, abril 05, 2011

Novos Horizontes



Projeto legal do João Marcos Veiga, do blog Notas Geraes, com o pianista Mauro Continentino, no Espaço 104, em BH.

Santo Ibiraci

Hoje, como não fazia há um bom tempo, tomei com a calma dos dias de folga duas xícaras do café Ibiraci, produzido ali perto de Franca, divisa com Pedregulho, e meu futebol melhorou sensivelmente na tradicional pelada de segunda-feira.

Nunca fui um Canhoteiro, Garrincha ou um Tostão, mas melhorou. Mais um pouco, fico até melhor que o André Santos pelo lado esquerdo (não que isso dispense grande esforço para qualquer bípede).

Diante das declarações do presidente Kalil, hoje, e do futebol apresentado pelo Atlético, desde anteontem, imagino que esteja na hora de o Galo tomar uma atitude. Ou, no melhor dos casos, um Ibiraci.
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sexta-feira, abril 01, 2011

Grande Zé! (1931-2011)


Quinho, jornal Estado de Minas, em 30 de março.

sábado, março 12, 2011

O discurso do rei

Conhecido pelo talento e pela gagueira, ex-atacante Elivélton, herói do título celeste na Libertadores de 1997, aprimora a fala com programa de rádio em Alfenas

Renan Damasceno - Estado de Minas

Renan Damasceno/EM
Elivélton é pastor evangélico, dono de escolinha de futebol e apresentador de rádio

Alfenas
– "Elivélton? O jogador? Mas você não é gago?", pergunta um incrédulo ouvinte do programa semanal Um novo começo, da Rádio Novo Lar, desta cidade do Sul de Minas. O misto de espanto e satisfação por falar ao telefone com um dos mais vitoriosos atletas do país na década de 1990 se repetiu com frequência durante os mais de dois anos em que a atração foi ao ar, de 2007 ao fim de 2009, quando o famoso apresentador interrompeu a atração para retornar aos gramados, pela Francana, no interior paulista. Com a aposentadoria definitiva, o programa, voltado ao público evangélico, deve ser retomado este ano.

"Eu era gago, gaguinho de tudo. Quando falei que queria apresentar um programa de rádio, todo mundo se assustou", conta o ex-atacante, autor do gol que deu ao Cruzeiro o título da Copa Libertadores de 1997, com a vitória por 1 a 0 sobre o peruano Sporting Cristal, no Mineirão, quatro anos depois de ser bicampeão pelo São Paulo (1992 e 1993). "Microfone nunca foi meu forte, mas recorri à experiência para soltar a voz. Durante a carreira, eu corria, me escondia dos repórteres para não dar entrevistas. Se gaguejasse, os colegas não me davam sossego."

Do samba Gago apaixonado, composto por Noel Rosa em 1930 – "Eu de nervoso esto-tou fi-ficando gago –, ao personagem animado Gaguinho, do Looney Tunes – "É isto aí, pe-pessoal" –, a gagueira sempre foi alvo de chacota. O recente filme O Discurso do rei, do britânico Tom Hooper, vencedor de quatro estatuetas no Oscar deste ano (filme, diretor, roteiro e ator, para Colin Firth), no entanto, veio destravar esse assunto – com o perdão do trocadilho. Inseguro pelos problemas da fala, o rei George VI (Colin Firth) foi obrigado a assumir a coroa britânica quando o irmão David abdicou para se casar com uma plebeia. À beira da Segunda Guerra Mundial, o monarca teve de recorrer a um terapeuta australiano de métodos nada convencionais, Lionel Logue (Geoffrey Rush), para treinar a oratória e discursar com confiança aos súditos em momento tão delicado.

"Minha experiência no rádio foi fantástica. Como era ao vivo, não podia quebrar o ritmo. Josélia, minha esposa, me ajudava a apresentar o programa, que durava uma hora. Eu falava uns 10 minutos sem parar. Gaguejar mesmo, quase não gaguejava. Mas, às vezes, ainda dou uma rateada", confessa Elivélton.

Em certo momento do filme, George VI, voz já mais firme, fala aos ouvidos de Logue: "Eu tinha que gaguejar um pouco para eles saberem que era eu".



CARREIRA À beira de completar 40 anos, Elivélton mora em Alfenas, vizinha à cidade natal, Serrania. Divide o tempo entre a loja de artigos religiosos e o Elivélton Esporte Clube, de futebol soçaite, onde funciona sua escolinha de futebol. Casado há 18 anos com Josélia Rufino, é pai de três filhos – o mais novo tem 12 anos. Ele e a mulher são diáconos da igreja Sara Nossa Terra, na qual o ex-jogador ministra culto de 40 minutos toda semana.

Quarto filho de uma família de sete irmãos, Elivélton trabalhou como cortador de cana de açúcar, gari e servente de pedreiro antes de fazer um teste nos juniores do Esportivo, de Passos. "Vi aquele menino franzino treinando um dia à tarde e estávamos à procura de um ala-esquerdo para disputar o Mineiro. Fui até lá conversar, mas ele não falava quase nada, de tão gago e humilde. Pedi para se apresentar nos profissionais na manhã seguinte. Marquei um amistoso contra um time da cidade e ele arrebentou no jogo. Aí tive a certeza de que iria longe no futebol", comenta o ex-jogador Jair Bala, à época treinador da equipe passense.

Durante aquele Estadual, Carlos Alberto Silva, então no São Paulo, enviou um olheiro para acompanhar Aritana, apelido dado por Jair Bala ao atacante, pela semelhança com o cacique e autoridade indígena do Alto Xingu. Ainda em 1989, o jovem seguiu para o tricolor. Lá, viveu os melhores momentos em 20 anos de carreira: conquistou duas Libertadores, dois Paulistas (1991 e 1992), um Brasileiro (1991) e, antes que seu time vencesse o segundo Mundial Interclubes, foi vendido ao Nagoya Grampus, do Japão, em meados de 1993.

Nesse período, foi convocado para a Seleção Brasileira, mancando seu solitário gol com a camisa verde-amarela, na vitória sobre a ex-Tchecoeslováquia por 2 a 1, no Serra Dourada, em 1991. No ano seguinte, quando defendia a equipe no Pré-Olímpico do Paraguai, levou uma pedrada na cabeça, arremessada pelos torcedores. Ele garante não ter deixado marcas. "Fora a que ficou na minha testa", brinca.

A sorte sempre o acompanhou, especialmente nas decisões. Em seu retorno ao futebol brasileiro, em 1995, fez o gol do título estadual do Corinthians no triunfo por 2 a 1 sobre o Palmeiras, no segundo tempo da prorrogação, em Ribeirão Preto. Dois anos depois, com a camisa celeste, fez o gol do Cruzeiro sobre o Sporting Cristal, na segunda etapa da decisão.

Desde então, não conseguiu se firmar em nenhum outro time. Passou por Internacional, Ponte Preta, São Caetano, Vitória e Bahia, por times do interior de São Paulo e do Mato Grosso. Em 2007, teve um derradeiro momento de glória. "Estava no Uberlândia e joguei contra o Cruzeiro, no Mineirão. Fui substituído no segundo tempo e a torcida cruzeirense me aplaudiu de pé."

domingo, fevereiro 13, 2011

Touro domado

De maior ídolo a mercenário e ingrato, Ronaldo sucumbe


Tempo, implacável nocauteador. Aos 34 anos, Ronaldo vai anunciar hoje (14/01), em entrevista coletiva, sua aposentadoria do futebol, após quase duas décadas de brilhante carreira. Frustrado com a eliminação do Corinthians na Libertadores (somada ao vandalismo protagonizado pela torcida após a derrota) e com dificuldade em perder peso, ele antecipara decisão que estava marcada para o fim do ano.

Todos os clichês são tentadores para descrever a trajetória do Fenômeno, eleito três vezes melhor jogador do mundo (1996, 1997 e 2002), bicampeão mundial (1994 e 2002) e autor de 414 gols, com a camisa verde-amarela (62, sendo 15 em Mundiais), e pelos sete clubes que defendeu: Cruzeiro (44), PSV (54), Barcelona (47), Inter de Milão (59), Real Madrid (104), Milan (9) e Corinthians (35).

Ressurgido de contusões gravíssimas, envolvido em escândalos na vida particular, ídolo e vilão nos clubes que defendeu, Ronaldo é o nosso Touro Indomável, nosso Jake LaMotta
, lendário boxeador do Bronx, vivido por Robert De Niro, em Touro Indomável, melhor filme de Martin Scorsese.

Não falta a Ronaldo drama particular para tornar-lhe personagem scorcesiano: sua vida, de Castelo de Chantilly a travestis, tem ingredientes para um roteiro de primeira grandeza.
Assim como o primeiro boxeador a vencer Sugar Ray Robinson, ele foi gênio em seu esporte, mas as polêmicas e os desafios transformaram sua vida em um ringue.

Sejamos mais sutis. Outrora o maior do mundo,
as idiossincrasias que cometeu ao longo da carreira não o transformará em um apresentador gordo de cabarés, tal qual LaMotta, mas serão suficientes para macular a imagem de mito, que já se confunde com a de ingrato (saiu da Inter, após receber apoio da torcida durante a recuperação) e mercenário (trocou a paixão Flamengo pelo projeto Corinthians).

Desta última acusação, no entanto, está farto. Inteligente - nunca falou além do necessário -, Ronaldo sabe que futebol, assim como a Igreja e o jogo do bicho, se alimenta de fé. E que Deus é dinheiro, muito dinheiro.



quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Como nascem as causas

As críticas de um consumidor contra a Brastemp, levou o nome da fabricante de eletrodomésticos a figurar entre os assuntos mais discutidos do mundo no Twitter na última sexta-feira. Dono de uma geladeira Brastemp que apresentou deifeito há três meses, o paulista Oswaldo Borelli usou o canal de vídeos YouTube para contar seu difícil relacionamento com a empresa, que ainda não solucionou seu problema.

No vídeo de pouco mais de 4 minutos, gravado em frente sua casa, Borelli conta que gastou R$ 268 com reparos e parou de desembolsar quando o orçamento para resolver o problema ultrapassara R$ 3 mil, mais do que o valor da geladeira.

O assunto, até aqui, já era deveras interessante. Mas como toda exposição busca lá suas recompensas, resolvi bisbilhotar a vida do tal @oboreli - endereço no twitter no qual fez questão de divulgar em vídeo -, a partir do número 45223, do seu endereço no Youtube.

Borelli foi vereador de Santana de Parnaíba, interior de São Paulo, até 2008 e participou do Secretariado Estadual dos Vereadores do PSDB, que representa os mais de 1500 filiados do partido com vaga nas câmaras municipais paulistas. Ele teve 3604 votos nas eleições de outubro, postulando vaga na Assembleia, número insignificante diante dos 453.647 views do seu vídeo, que lhe rendeu o topo dos TTBr.

Agora, será que ele vai se lançar "O Borelli da Brastemp" em 2012? Aposto um Délio Malheiros que Borelli vai se promover como "o vereador do consumidor" em Santana no Parnaíba. Uma pena que vou me esquecer deste assunto em poucos dias e não acompanharei o desfecho da profecia.

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Especulação funerária

Com a taxa de mortalidade no Brasil estável em 6,3/1.000 habitantes na última década, cerca de 1, 2 milhão de brasileiros batem as botas todos os anos. Com o aumento na demanda por uma vaguinha bem acomodada a sete palmos do chão, "ser jogado na vala comum" se transformou de despretensioso provérbio a motivo de insônia aos que anseiam um sono eterno sossegado.

Tomei conhecimento há alguns meses em conversa com meu pai e depois com o Marcelo Dias - um amigo advogado muito atento aos negócios, de pés de eucaliptos a pés na cova -, sobre o aumento na procura por terrenos em cemitérios, por necessidade familiar ou por precavidos com medo de passar a eternidade loteado em um cubículo de repartição pública.

Nossa cultura escatológica explica tanto temor dos tementes a Deus. Religiões monoteístas ocidentais, como a Católica e as Neo-pentecostais que gorjeiam por cá, pregam que seus membros valorosos de uma fé verdadeira serão "livrados do fogo do inferno" e "suas almas levadas todas para o céu".

Porém, tamanha benesse divina e promessas de vida eterna em suaves prestações têm custado caro aos cristãos. Um terreno no cemitério de Alfenas, por exemplo, com pouco mais de dois metros quadrados que custava R$ 2,5 mil, é vendido, hoje, a cerca de R$ 6 mil.

A inflação foi puxada por uma mórbida "especulação funerária", de funcionamento simples: o empresariado ávido por negócios, certo que sua hora ainda não chegou, comprou o cercadinho há alguns anos e, hoje, com a iminente lotação dos cemitérios municipais, vende a preços exorbitantes, alavancando também o valor dos que garantiram seu pedaço de terra sem esse propósito.

Mais uma vez, os analistas de mercado tiveram olho-vivo, ainda mais que as opções oferecidas ao certâme de defunto não têm sido das melhores, assim na terra como no céu.

sábado, janeiro 22, 2011

O tempo e o vento



ILICÍNEA. Nome originado da planta Congonha, da família das Ilicinaseas, muito usada no Sul de Minas Gerais. O chá de suas folhas exalam sabor e aroma peculiares. Congonhas foi o primeiro nome do povoado que, em 1938, como distrito, recebeu o nome de Ilicínea. Em 1953, desmenbrada do município de Boa Esperança, foi elevada a igual categoria. As fotos, de janeiro de 2006, são de casas de quase um século, de meus bisavós, avós, tios-avós, na zona rural da cidade, na qual nasci em 1986.

quarta-feira, janeiro 19, 2011

A outra esquina

O ano era 1988. Na extinta casa noturna Pianíssimo acontecia o encontro memorável de dois grandes músicos. No piano, aquele que deu as primeiras bases para a formação do Clube da Esquina, ainda no edifício Levy da Avenida Amazonas; na guitarra, um ícone do rock progressivo brasileiro. Numa sequência de shows, desfilaram pelos acordes de Marílton Borges e Fredera temas de jazz, bossa nova e da MPB.

Música Popular Brasileira que por sinal reserva uma importante página para essa atuação. No disco Os Borges (1980), a faixa Outro Cais, composição do primogênito da família, Marílton, traz Elis Regina conduzida pelo timbre marcante de Fredera. O álbum, que revela toda a capacidade artística dos Borges, também contou com Milton Nascimento e Toninho Horta.

Apesar do sumiço das últimas décadas, Fredera fez história na música do país. Ainda na década de setenta, foi considerado uma lenda do rock brasileiro, através de composições ao mesmo tempo densas e irreverentes e solos de guitarra eletrizantes para um dos principais grupos progressivos da época, o Som Imaginário – banda que acompanhou Bituca por certo tempo e que trazia nomes como Robertinho Silva, Wagner Tiso, Zé Rodrix e Naná Vasconcelos.

Na década de 1980 ele lançou o álbum solo Aurora Vermelha, disco premiado e que representou um marco para a música instrumental do país, segundo o maestro canadense Gil Evans. Mesmo deixando os palcos depois de acompanhar artistas como Gal Costa, Ivan Lins, Gonzaguinha e Raul Seixas, consolidou-se como um intelectual (é autor de diversos livros) e artista versátil, atuando ativamente ainda hoje na área das artes plásticas. (João Marcos Veiga)