sábado, junho 27, 2009

As melhores capas sobre a morte de Michael Jackson

Como tudo sobre a vida e a morte do asto Michael Jackson foi esmiuçado pela imprensa nestes últimos dois dias – destaque para o tempo recorde dos sites a publicação do obituário do gênio –, tentei escapar do mais do mesmo: selecionei as melhores capas de jornais que destacaram nesta sexta-feira (26) e sábado (27) a morte de Michael.

Com ajuda do Newseum, selecionei entre mais de 700 capas de diários do mundo as melhores imagens e textos sobre Jackson. À excessão de publicações de asuntos mais segmentadas, o rei do pop figurou na primeira página de TODOS os jornais – uma justa homenagem. (Clique na imagem para ampliar)


































1 - Correio - Salvador (Brasil)
2 - Post Tribune – Chesterton (EUA)
3 - Apple Daily – Taipei (Taiwan)
4 - Diário de Pernambuco - Recife (Brasil)
5 - Star - Ventura (EUA)
6 - Estado de Minas – BH (Brasil)
7 - The Telegraphy – Georgia (EUA)
8 - The West Australian – Perth (Austrália)
9 - Hot Parool – Amsterdã (Holanda)
10 - Aftonbladet - Estocolmo (Suécia)

terça-feira, junho 23, 2009

Frase...

"A internet é o fast-food da informação. É feita para quem quer atalho, poupar tempo, conclusões rápidas, prontas e empacotadas. Quem se informa pela internet, de modo assim estreito e limitado, pode ser muito bem sucedido, ganhar muito dinheiro, mas não terá uma visão ampla do mundo. Para piorar, surgiram os blogs com blogueiros desqualificados, que apenas divulgam fofoca. São como uma torcida em um jogo de futebol que fica o tempo todo gritando para os jogadores, para o juiz. É gente que não apura nada, só faz barulho"

Gay Talese, jornalista e escritor americano, à Veja, em 17/06/2009.


sexta-feira, junho 19, 2009

Fim de Semana – Sobre queijos, fomes e digestões


Por João Marcos Veiga*

Novos aromas desenham no ar um cheiro de mudança ou, ao menos, de recomeço. Há pouco mais de um ano, o queijo – esse âmago, essa quintessência da mineiridade – foi elevado ao status de patrimônio cultural imaterial do estado. Durante a Expocachaça foi anunciado que, enfim, temos o dia da branquinha. No mês passado, a empresa Forno de Minas, um dos símbolos de nossa pedra filosofal, o pão-de-queijo, deixou de pertencer à insaciável e indigesta economia americana para retornar, depois de dez anos, à família mineira.

Mesa posta para indagar: o Brasil, sintetizado em Minas, continua se contentando com enlatados queimados em microondas ou, de tanto comer cru, começa a achar sua receita no lixo de uma digestão cultural inconstante?

Do lixo surgem alguns instrumentos do liquidificador do Graveola. Num movimento centrípeto, pop, soul, bossa nova, brega e experimentalismo trocam sabores. De um caldo polifônico surge, em vertigem centrífuga, um cheiro de novidade. Ao expor corajosamente suas fontes de inspiração, abrem-se novos canais de escoamento para nossas infinitas – enquanto lutem, posto que há a lama – criações musicais em constante antropofagia.

Em recente artigo, Arnaldo Jabor (aquele que Nelson Rodrigues se referia como o jovem que chupava sorvete em plena Marcha dos 100 mil) declarou que, de tanto o Brasil fazer antropofagia de outras culturas, já estamos em processo de indigestão. Recentemente descobri que a manga não é nossa (Mangifera indica) e que nosso único instrumento genuíno é a ... cuíca.

Enfim, o que é nosso? Nossa é essa sede que seca nossas gargantas roucas; nossa é essa fome que consome nossas estéticas glauberianas que não se rendem. Não somos o pulmão e tampouco as chuteiras do mundo, somos seu estômago. De canibais do século dezesseis, passamos a antropofágicos do século XX para chegar à regurgitofagia da transição de séculos.

A comida está para a criação assim como a culinária está para a cultura de um país. Assim, temperos somente ganham autêntico gosto quando celebram-se os próprios pratos. Apesar da exploração midiática, os cinqüenta anos de Bossa Nova e Cinema Novo e os cem anos do samba são sinais de que não vivemos tanto na solidão e num ensaio eterno de uma cegueira cultural.

Mas os guardiões do limiar estão sempre a postos (lembram da marcha contra a guitarra elétrica?): como explicar a inicial rejeição, tal qual uma criança relutando a comer verduras, ao Transamba de Caetano? Com um rock minimalista em compasso com o samba tal qual queijo e goiabada, o tropicalista reafirma o que todos insistem em não ver desde o “Transa”: a essência está na mudança. Ao cantar o falso Leblon e sentenciar que a Lapa é a síntese do Brasil, Caetano deixa de falar que ele sim é a síntese do Brasil.

O problema, como diria Elis, é que o Brazil não conhece o Brasil. Como dizia Manoel, a única solução, então, é dançar um tango argentino. Quer dizer, como diria aquele de Budapeste, o melhor é botar água no feijão, pois desde Cabral estamos com uma fome e uma sede de anteontem.

*João Marcos VEIGA, 23, é jornalista. Editor do programa Microfonia, da PUCTV
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+ Sobre Cultura Brasileira neste blog:

Afinal, o que é MPB?
As façanhas de Farnésio
Se Deus tivesse uma voz...
Resenha – Budapeste





Prato do dia: Dizzy com Mocotó


Está na Folha de S. Paulo, de 18/06/2009

Gravações do jazzista americano com o trio de sambistas, perdidas desde os anos 70, são redescobertas e sairão em CD Álbum foi feito em estúdio de São Paulo, em 1974, durante turnê de Dizzy Gillespie pelo Brasil, e ficou sumido até o início de 2009

Um inédito encontro da música brasileira com o jazz está prestes a chegar ao público. Em 1974, durante uma turnê pela América do Sul, o trompetista norte-americano Dizzy Gillespie (1917-1993), um dos fundadores do jazz moderno, fez gravações com o Trio Mocotó e outros músicos brasileiros, material até hoje nunca lançado.

"Esse disco já tinha virado lenda", diz João Parahyba, 57, percussionista do trio que divide com Jorge Ben os méritos pela criação e difusão do samba-rock. "Tocamos com o Dizzy, mas até hoje não tínhamos prova alguma. Com o lançamento deste disco, o Trio Mocotó passa a fazer parte da história do jazz norte-americano", festeja o músico paulista.

Parahyba conta que o próprio Gillespie já havia se esquecido dessas gravações, quando o reencontrou, em 1987, num festival de jazz, em Estocolmo. "Ele me disse que só se lembrava da empatia que sentiu ao tocar com o Mocotó. O Dizzy gostava de músicos que tocavam mais à vontade, tinha pouco a ver com catedráticos".

De lá para cá, Parahyba fez o que pôde para localizar a fita master que o jazzista teria levado para os Estados Unidos. Só em janeiro último teve acesso a trechos do álbum, depois de receber um e-mail do produtor suíço Jacques Muyal, pedindo que o ajudasse a encontrar os músicos que participaram das sessões de gravação, no estúdio Eldorado, em São Paulo.

Amigo de Gillespie e diretor do selo Laser Swing, Muyal disse ao percussionista que virá ao Brasil, em julho, para tomar as providências necessárias para que o disco possa enfim chegar ao mercado.

"Quase chorei", diz Parahyba, lembrando de sua emoção ao ouvir trechos do disco perdido, 35 anos depois. "Acho que conseguimos juntar a essência do jazz do Dizzy com a essência da música brasileira", avalia, ressaltando a participação do pianista Amilson Godoy, como regente das gravações.

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