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quinta-feira, novembro 10, 2011
terça-feira, novembro 02, 2010
sábado, janeiro 30, 2010
#videodasemana - Moviola de Carnaval - Chico Buarque: Vai passar
Vai passar nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais
Num tempo página infeliz da nossa história,
passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia a nossa pátria mãe tão distraída
sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Seus filhos erravam cegos pelo continente,
levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval,
o carnaval, o carnaval
Vai passar, palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
e os pigmeus do boulevard
Meu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade até o dia clarear
Ai que vida boa, ô lerê,
ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai que vida boa, ô lerê,
ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral... vai passar
sexta-feira, setembro 11, 2009
Woodstock à mineira (parte.2)
Começou nesta quinta-feira (10/09) o Festival Música do Mundo, que celebra os 32 anos do encontro histórico na Fazenda Paraíso, em Três Pontas, que reuniu Milton Nascimento, Wagner Tiso, Chico Buarque, entre outros. As informações sobre o Woodstock Mineiro você encontra neste post aqui, no Moviola de Agosto.
Abaixo, matéria da Globo de 10/09/09:
quinta-feira, maio 07, 2009
Afinal, o que é MPB?

MPB não é apenas uma abreviatura de “Música Popular Brasileira”. Antes cêsse, mas não ésse. Quando foi criada, por volta de 1965 ou 1966, significava um tipo de música então emergente, que não se sabia bem o que era – mas já não era bossa nova, não queria mais ser o samba e, muito menos, iê-iê-iê.
Seu primeiro produto, ainda sem o rótulo, pode ter sido ‘Arrastão’, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes. Logo vieram ‘Lunik 9’, de Gilberto Gil, ‘Upa, neguinho’, de Edu e Guarnieri, ‘Roda Viva’, de Chico Buarque, e outras que, com um certo ‘conteúdo’ em comum, também não se encaixavam em nenhum gênero familiar. Donde só podiam ser ‘MPB’.
Quando a ‘MPB’ minguou, dois ou três anos depois, a sigla sobreviveu e começou a ser aplicada – até hoje – a toda música produzida no Brasil, do padre José Mauricio ao padre Marcelo e de Chiquinha Gonzaga ao É o Tchan. Com isso, deseducaram-se várias gerações quanto à memória da nossa diversidade rítmica, até então classificada por sambas (em suas mil variações), marchas, choros, baiões, frevos, valsas, foxes, baladas, cocos etc. Virou tudo ‘MPB’.
Mas não para sempre, espero. Se o exemplo do MIS vingar, vamos passar a chamar ‘Garota de Ipanema’ de samba, ‘Alegria, Alegria’, de marchinha, ‘Domingo no Parque’, de baião, ‘Travessia’, de toada, ‘Caminhando’, de guarânia, ‘Mania de Você’, de rumba, ‘Beatriz’, de valsa, ou ‘Como uma Onda’, de bolero. Que, muito mais que ‘MPB’, é o que eles são.
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As façanhas de Farnésio
Se Deus tivesse uma voz...
sexta-feira, março 27, 2009
Fim de semana – Tostão por Chico Buarque

Chico é torcedor do Fluminense. E, como todo fanático tricolor, tem sempre na ponta da língua a histórica escalação do seu time...”Castilho; Píndaro, Pinheiro...”, escrete dos anos 1950, encorpado por ídolos como Telê e Didi.
Apesar da paixão e devoção ao clube das Laranjeiras, o compositor admira gênios de outras cores: diz que aprendeu a amarrar as chuteiras com o rubro-negro Zizinho e elege Canhoteiro, do outro tricolor, o paulista, o melhor ponta-esquerda que já viu jogar.
Na série de DVD’s que lançou em 2000, Chico dedica um dos filmes ao futebol. No primeiro da série, “Chico e as cidades”, o músico faz pequena homenagem às peladas de campo de terra batida e conversa com o jornalista Fernando Calazans (de O Globo) e com Tostão, centroavante campeão mundial em 1970, no México.
Pela precisão cirúrgica na análise do futebol, as colunas do Dr. Eduardo (nome que Tostão voltou a usar ao encerrar prematuramente a carreira nos gramados e estudar medicina) são uma das minhas leituras obrigatórias. Como atleta, o vi jogar em reprise de algumas partidas da Copa do México e pelo Cruzeiro, na conquista da Taça Brasil de 1966 – desbancando a hegemonia de meia década do Santos, de Pepe e Pelé. Na final contra o alvinegro, marcou o quarto gol da goleada por 6 a 2.
Para não estender por laudas o assunto, segue abaixo o texto de Chico em homenagem a Tostão:
"Na minha mesa, Tostão virou botão. Eu já era bem crescido quando ele apareceu e fica um pouco ridículo fazer botão de jogador mais novo que você. Eu vi Tostão deslizar nos gramados e sem querer demerecê-lo era mesmo homem de braços e pernas. Nem por isso há de nascer um centroavante que se compare, como nunca haverá ponta-esquerda igual a Canhoteiro, que só eu vi jogar.
Desde já discordo de quem, concordando comigo, sustenta que o futebol era bem mais bonito no passado. Ao contrário de nós, mortais, que éramos todos mais bonitos no passado, os craques do passado são ainda melhores hoje. Penduraram as chuteiras, mas a permanente edição da nossa memória vão produzindo novos lances memoráveis. Tostão não fazia idéia dos gols que continua a marcar dentro da minha cabeça."
+ Chico Buarque neste blog:
Chico homenageia: Oscar Niemeyer
+ Futebol neste blog:
Entrevista: José Roberto Torero
Entrevista: Kelen Cristina
Entrevista: Juca Kfouri
Especial: Grupos de investimento e futebol
Canal 100: Imagens líricas do futebol
Futebol e Música: fatídica combinação
Apesar da paixão e devoção ao clube das Laranjeiras, o compositor admira gênios de outras cores: diz que aprendeu a amarrar as chuteiras com o rubro-negro Zizinho e elege Canhoteiro, do outro tricolor, o paulista, o melhor ponta-esquerda que já viu jogar.
Na série de DVD’s que lançou em 2000, Chico dedica um dos filmes ao futebol. No primeiro da série, “Chico e as cidades”, o músico faz pequena homenagem às peladas de campo de terra batida e conversa com o jornalista Fernando Calazans (de O Globo) e com Tostão, centroavante campeão mundial em 1970, no México.
Pela precisão cirúrgica na análise do futebol, as colunas do Dr. Eduardo (nome que Tostão voltou a usar ao encerrar prematuramente a carreira nos gramados e estudar medicina) são uma das minhas leituras obrigatórias. Como atleta, o vi jogar em reprise de algumas partidas da Copa do México e pelo Cruzeiro, na conquista da Taça Brasil de 1966 – desbancando a hegemonia de meia década do Santos, de Pepe e Pelé. Na final contra o alvinegro, marcou o quarto gol da goleada por 6 a 2.
Para não estender por laudas o assunto, segue abaixo o texto de Chico em homenagem a Tostão:
"Na minha mesa, Tostão virou botão. Eu já era bem crescido quando ele apareceu e fica um pouco ridículo fazer botão de jogador mais novo que você. Eu vi Tostão deslizar nos gramados e sem querer demerecê-lo era mesmo homem de braços e pernas. Nem por isso há de nascer um centroavante que se compare, como nunca haverá ponta-esquerda igual a Canhoteiro, que só eu vi jogar.
Desde já discordo de quem, concordando comigo, sustenta que o futebol era bem mais bonito no passado. Ao contrário de nós, mortais, que éramos todos mais bonitos no passado, os craques do passado são ainda melhores hoje. Penduraram as chuteiras, mas a permanente edição da nossa memória vão produzindo novos lances memoráveis. Tostão não fazia idéia dos gols que continua a marcar dentro da minha cabeça."
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Chico homenageia: Oscar Niemeyer
+ Futebol neste blog:
Entrevista: José Roberto Torero
Entrevista: Kelen Cristina
Entrevista: Juca Kfouri
Especial: Grupos de investimento e futebol
Canal 100: Imagens líricas do futebol
Futebol e Música: fatídica combinação
quarta-feira, janeiro 04, 2006
Chico Buarque - A casa do Oscar
A casa do Oscar era o sonho da família. Havia o terreno
para os lados do Iguatemi, havia o ante-projeto presente no
próprio, havia a promessa de que um belo dia iríamos morar
na casa do Oscar. Cresci cheio de impaciência porque meu
pai, embora fosse dono do Museu do Ipiranga, nunca juntava
dinheiro para construir a casa do Oscar. Mais tarde, num
aperto, em vez de vender o museu com os cacarecos dentro, papai vendeu o
terreno no Iguatemi. Deste modo, a casa do Oscar antes de
existir foi demolida, ou ficou intacta, suspensa no ar como
a casa do beco de Manuel Bandeira. Senti-me traído,
tornei-me um rebelde, insultei meu pai, ergui o braço
contra a minha mãe e saí batendo a porta da nossa casa velha
e normanda: ‘Só volto pra casa quando for a casa do Oscar!’
Pois bem, internaram-me num ginásio em Cataguases, projeto
do Oscar. Vivi um seis meses naquele casarão do Oscar, achei
pouco. Decidi a ser o Oscar eu mesmo, regressei a São Paulo,
estudei geometria descritiva, passei no vestibular e fui o
pior aluno da classe. Mas ao professor de topografia que me
reprovou no exame oral, respondi calado: ‘Lá em casa tem um
canudo com a
casa do Oscar...’
Depois larguei a arquitetura e virei aprendiz de Tom Jobim.
Quando minha música sai boa, penso que parece música de Tom Jobim. Música de Tom, na minha cabeça, é casa do Oscar.” (Chico Buarque)
para os lados do Iguatemi, havia o ante-projeto presente no
próprio, havia a promessa de que um belo dia iríamos morar
na casa do Oscar. Cresci cheio de impaciência porque meu
pai, embora fosse dono do Museu do Ipiranga, nunca juntava
dinheiro para construir a casa do Oscar. Mais tarde, num
aperto, em vez de vender o museu com os cacarecos dentro, papai vendeu o
terreno no Iguatemi. Deste modo, a casa do Oscar antes de
existir foi demolida, ou ficou intacta, suspensa no ar como
a casa do beco de Manuel Bandeira. Senti-me traído,
tornei-me um rebelde, insultei meu pai, ergui o braço
contra a minha mãe e saí batendo a porta da nossa casa velha
e normanda: ‘Só volto pra casa quando for a casa do Oscar!’
Pois bem, internaram-me num ginásio em Cataguases, projeto
do Oscar. Vivi um seis meses naquele casarão do Oscar, achei
pouco. Decidi a ser o Oscar eu mesmo, regressei a São Paulo,
estudei geometria descritiva, passei no vestibular e fui o
pior aluno da classe. Mas ao professor de topografia que me
reprovou no exame oral, respondi calado: ‘Lá em casa tem um
canudo com a
casa do Oscar...’
Depois larguei a arquitetura e virei aprendiz de Tom Jobim.
Quando minha música sai boa, penso que parece música de Tom Jobim. Música de Tom, na minha cabeça, é casa do Oscar.” (Chico Buarque)
quinta-feira, dezembro 29, 2005
Resenha - Budapeste
Resolvi dar uma pausa na leitura de Garcia Márques para reler Chico Buarque. Usando as palavras de José Saramago, não ouso dizer que algo novo aconteceu na literatura brasileira.
Uma construção engenhosa. Budapeste é um clássico da narrativa contemporânea. O livro se desenvolve, não apenas na linearidade do texto, mas de acordo com que as palavras vão surgindo, uma a uma, dando ao texto um ritmo cadenciado, envolvente e primoroso.
José Costa protagoniza o esvaziamento da língua portuguesa para adentrar ao idioma húngaro.Busca rechaçada pelas experiências vividas na capital húngara, Budapest. A cidade, um labirinto por onde Costa caminha descansando os olhos sobre o mapa, flanando pelas ruas e pontes sobre o rio Danúbio, parece ora cinzenta, ora amarelada.
A narrativa descritiva de Chico é outro atrativo. A Hungria e seu idioma são apresentados, primeiro de dentro de um quarto de hotel, para depois ser desvendados através dos ensinamentos da professora de idioma Kriska.
Enfim, o texto termina onde se confunde Chico com Zsoze Kósta.
Uma construção engenhosa. Budapeste é um clássico da narrativa contemporânea. O livro se desenvolve, não apenas na linearidade do texto, mas de acordo com que as palavras vão surgindo, uma a uma, dando ao texto um ritmo cadenciado, envolvente e primoroso.
José Costa protagoniza o esvaziamento da língua portuguesa para adentrar ao idioma húngaro.Busca rechaçada pelas experiências vividas na capital húngara, Budapest. A cidade, um labirinto por onde Costa caminha descansando os olhos sobre o mapa, flanando pelas ruas e pontes sobre o rio Danúbio, parece ora cinzenta, ora amarelada.
A narrativa descritiva de Chico é outro atrativo. A Hungria e seu idioma são apresentados, primeiro de dentro de um quarto de hotel, para depois ser desvendados através dos ensinamentos da professora de idioma Kriska.
Enfim, o texto termina onde se confunde Chico com Zsoze Kósta.
Livro - Budapeste, Chico Buarque, 2003. 174 pags.
Premio Jabuti de Literatura - 2004.
Chico Buarque (1944 - ), carioca, escritor e compositor; autor de Estorvo( 1990) Benjamim(1995)
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