sábado, outubro 20, 2007

Cine Mundi - Peru

Pantaleão e as visitadoras (dir. Francisco Lombardi. 1999)

- À primeira impressão, a versão cinematográfica do clássico de Vargas Llosa, Pantaleão e as Visitadoras, parece uma 'pornochanchada', no melhor estilo brasileiro, com pitadas de erotismo e muito humor. Ambientado no meio da Amazônia Peruana, os planos muito se assemelha aos de Fitzcarraldo, de Werner Herzog. Enfim, um realismo fantástico, assinado por Llosa e adaptado à risca pelo diretor Francisco Lombardi.

"Pantaleon y las visitadoras", (Vargas Llosa, em 1973), foi a forma encontrada pelo escritor peruano de criticar as hipocrisias do poder e da sociedade. O resultado: o defronte entre o exército, guardião da moral e protetor da pátria, e a profissão mais antiga do mundo, prostituição. A narrativa: Realismo Fantástico, assinado pelo escritor que mais representa o país no exterior. Uma mistura de realidade e ficção. Personagens reais em situações surreais.

O humor é irretocável. Característica de Llosa que o diferencia de grandes escritores latinos, de escrita semelhante, como Garcia Márquez e Júlio Cortázar.

Em 1975, o livro foi transformado em roteiro e co-dirigido pelo próprio autor. A nova versão (foto) foi o único filme produzido no país vizinho, em 1999. Venceu o prêmio Goya de melhor película estrangeira falada em espanhol e ganhou sete Kikitos de Ouro, em Gramado.

Além de Pantaleon, "A cidade e os cachorros", de Llosa, também foi adaptado para o cinema.


Madeinusa (dir. Cláudia Llosa. 2006)

Deus está morto. O filme é vermelho, cor do sangue que escorre da virgem Madeinusa, que no Dia Santo é prometida ao próprio pai.
A loucura, inquieta. A inocência, perdida. A submissão, eterna.
Com os valores religiosos acima dos valores humanos, a hipocrisia segue escondida atrás das Cordilheiras Brancas, longe dos olhos de Deus.

Um filme curioso, mas não deixa de ser interessante. Madeinusa é uma menina de 14 anos que vive no vilarejo de Manayaycuna, localizado em algum ponto remoto das montanhas da Cordilheira Branca peruana. Os habitantes, são conhecidos pelo fervor religioso e por um estranho ritual, celebrado tradicionalmente todos os anos. Para eles da Sexta-Feira Santa ao Domingo de Páscoa o pecado não existe, pois Deus está morto.

Assim todas as pessoas do povoado podem fazer o que quiserem no decorrer desses dias, sem nenhum remorso ou culpa. Porém a chegada acidental do jovem geólogo Salvador, justamente na véspera da celebração, desperta a curiosidade de Madeinusa.

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