sábado, setembro 10, 2011

O fim da era Federer


Na virada da década de 1970 para 1980, era impossível prever qual seria a final dos quatro Grand Slams da temporada. Desfilavam pelas quadras da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e Estados Unidos, tenistas que mudaram os padrões do esporte, como o sueco Bjorn Borg, os norte-americanos John McEnroe e Jimmy Connors, o sueco Mats Wilander e o argentino Guillermo Villas.

Já a década seguinte foi marcada pelo domínio dos estadunidenses - primeiro com Jim Courier e depois Pete Sampras e Andre Agassi, que venceram juntos 26 Slams -, e o ressurgimento do tênis sul-americano, com Gustavo Kuerten e o chileno Marcelo Ríos.

A derrota do suíço Roger Federer para o atual número 1 do mundo, Novak Djokovic, por 3 a 2 (6/7, 6/4, 3/6, 3/6, 7/5), nas semifinais do Aberto dos Estados Unidos, nas quadras rápidas de Flushing Meadows (Nova York), marcou o fim de mais uma era do tênis. Pela primeira vez desde 2003, o suíço vai fechar o ano sem um título de Grand Slam. Desde o troféu em Melbourne, há oito anos, ele venceu 16 das 23 decisões que disputou, se tornando o maior vencedor de todos os tempos dos quatro torneios mais importantes do circuito.

Aos 30 anos, Federer caiu nas semifinais na Austrália, perdeu a final francesa para Nadal esaiu nas quartas de final do torneio londrino, do qual lutava pelo heptacampeonato. Nos Estados Unidos, é o único pentacampeão consecutivo da era aberta (2004/2008) e lutava este ano, contra o retrospecto e os arquirrivais Nadal e Djokovic, pelo hexacampeonato. No entanto, sequer chegou à decisão dos torneios preparatórios em quadra rápida (Washington, Montreal e Cincinatti).

Nascido na pequena Binningen, próximo a Basel (Suíça), filho único de um comerciante de produtos farmacêuticos com uma sul-africana, Federer é considerado por muitos o maior tenista de todos os tempos. É apontado como jogador completo, pela classe e técnica. Vencedor de importantes torneios de juniores, estreou no circuito profissional em 1998, no ATP 250 Gstaad, em seu país. Dois anos depois chegou à primeira decisão, em Marselha, e, em 2001, alcançou a surpreendente quartas de final em Roland Garros.

Sem muita preferência por piso – embora seus melhores resultados sejam na grama e no sintético –, o suíço chegou ao topo do ranking mundial em 2 de fevereiro de 2004, posição que ocupou por 285 semanas, apenas uma a menos que o recordista Pete Sampras. Foram 237 semanas consecutivas, recorde bastante superior ao do segundo colocado, Jimmy Connors (160).

Esta é a 130ª edição do torneio estadunidense, que foi disputado de 1881 a 1968 com o nome de Campeonato Nacional dos Estados Unidos. Passou à US Open com a profissionalização do circuito, quando começou a Era Aberta. (Renan Damasceno)

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#FedererxNole: assisti aos dois últimos sets em uma pizzaria perto de casa. Nos pontos decisivos, já beirando 18h, hora das partidas de Cruzeiro e América, as mesas começaram a ser ocupadas e ninguém desgrudou os olhos da tela até a vitória de Djoko. Todos lamentaram. A torcida pelo suíço era unânime.

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