Conheci os filmes do diretor italiano Mário Monicelli em uma daquelas mostras de clima cineclubísticos que aconteciam no sóton do Centro de Cultura de Belo Horizonte – um prédio quase centenário que parece uma igreja, na esquina de Augusto de Lima com Bahia, na capital.
Os filmes eram precedidos pelas aulas do professor Mário Alves Coutinho, responsável, entre outras obras, pela tradução para o português das poesias de Willian Blake e autor do livro Escrever com a câmera, sobre a literatura na obra de Jean-Luc Godard.
Os Eternos Desconhecidos, de 1958, o primeiro que vi, é meu favorito. Marcello Mastroianni, Vittorio Gassman, Cláudia Cardinale (ahhh, Cláudia), contracenando com o veterano da comédia spaghetti, Totó. Foi a segunda película da parceria entre o diretor e Gassman - ao contrário de meio mundo que prefere Mastroianni, é o ator italiano que mais gosto.
Com o dramaturgo, Monicelli ainda repetiria o sucesso um ano depois com A grande guerra (produção de Alberto Sordi, vencedor do Leão de Ouro, em Veneza), em dois filmes da saga do cavaleiro Brancaleone (1966 e 1970) e tantas outras produções de 1955 a 1987.
Em 3/4 de século de direção, o diretor colocou a comédia em patamar mais nobre do que geralmente é submetida na história do cinema, mesmo em um país de produção tão intensa e de qualidade (qual outro país, fora Estados Unidos, que tem pelo menos uma mão cheia de grandes nomes da direção. França é que chega mais perto). Seus roteiros não eram limitados às tipificações e, sim, se propunham a refletir, de forma bem humorada e satirizada, os costumes dos italianos.
Vítima de um câncer terminal no intestino, Mário Monicelli, aos 95, se atirou da janela do 4º andar do hospital San Giovanni, em Roma, nesta segunda-feira (29/11).
Os filmes eram precedidos pelas aulas do professor Mário Alves Coutinho, responsável, entre outras obras, pela tradução para o português das poesias de Willian Blake e autor do livro Escrever com a câmera, sobre a literatura na obra de Jean-Luc Godard.
Os Eternos Desconhecidos, de 1958, o primeiro que vi, é meu favorito. Marcello Mastroianni, Vittorio Gassman, Cláudia Cardinale (ahhh, Cláudia), contracenando com o veterano da comédia spaghetti, Totó. Foi a segunda película da parceria entre o diretor e Gassman - ao contrário de meio mundo que prefere Mastroianni, é o ator italiano que mais gosto.
Com o dramaturgo, Monicelli ainda repetiria o sucesso um ano depois com A grande guerra (produção de Alberto Sordi, vencedor do Leão de Ouro, em Veneza), em dois filmes da saga do cavaleiro Brancaleone (1966 e 1970) e tantas outras produções de 1955 a 1987.
Em 3/4 de século de direção, o diretor colocou a comédia em patamar mais nobre do que geralmente é submetida na história do cinema, mesmo em um país de produção tão intensa e de qualidade (qual outro país, fora Estados Unidos, que tem pelo menos uma mão cheia de grandes nomes da direção. França é que chega mais perto). Seus roteiros não eram limitados às tipificações e, sim, se propunham a refletir, de forma bem humorada e satirizada, os costumes dos italianos.
Vítima de um câncer terminal no intestino, Mário Monicelli, aos 95, se atirou da janela do 4º andar do hospital San Giovanni, em Roma, nesta segunda-feira (29/11).
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