"Foi a equipe do CANAL 100 que inventou uma nova distância entre o torcedor e o craque, entre o torcedor e o jogo, grandes mitos do nosso futebol, em dimensão miguelangesca, em plena cólera do gol. Suas coxas plásticas, elásticas enchendo a tela. Tudo o que o futebol brasileiro possa ter de lírico, dramático, patético, delirante..." Nelson Rodrigues.
Sobretudo, o cinema mostrou seu valor à sociedade ao registrar e imortalizar os fatos dos últimos 112 anos, ao retratar as mudanças culturais, políticas e sociais desse período – e, ao recriar e representar a história da humanidade, tornar-se fonte confiável de um tempo antecessor à sua própria criação.
Antes mesmo de assumir o formato no qual o conhecemos hoje, em 1916, com Griffith, o cinema já padecia de uma cruel dúvida: enveredava ao registro fiel da sociedade, tal Lumiére, ou partia para um mundo abstrato, lírico, onírico, que não podíamos alcançar, à exemplo de Mélies?
Felizmente, fez os grandes mestres do cinema que essas duas vertentes, antes incompatíveis, pudessem se juntar mais adiante (como em Borges, em Ficciones, as veredas se bifurcam). Nasceram os cinejornais que, num período pré-televisão, transmitiam os acontecimentos entre uma edição e outra (notícias) utilizando os recursos grandiosos das imagens de cinema.
Daí nasceram mitos. No Brasil, pelas lentes das câmeras do Canal 100, Pelé foi entronado Rei; Garrincha virou anjo das pernas tortas e Zizinho tornou-se herói. Chefiado pelo diretor Carlos Niemeyer, a produtora funcionou até 1985, quando o governo de Figueiredo (influenciado por lobistas ligados ao cinema americano) cortou as verbas e inviabilizou a produção.
Ao estudar o jornalismo esportivo da década de 1950, em meu trabalho de conclusão de curso, descobri que o Canal 100, ao lado das crônicas de Nelson, Armando Nogueira e Mário Filho, são alguns dos poucos registros de uma época que o futebol era fascinante, grandioso, mítico.
Vale conferir o site do canal 100 e seu arquivo de vídeos. Assistir aos dribles de Garrincha, aos lançamentos de Gérson, à genialidade de Tostão. Conferir jogos memoráveis, como a vitória do Cruzeiro, de Evaldo, Natal e Dirceu Lopes, sobre o Santos, de Pelé, por 6 a 2, na final da Taça Brasil, em 1966.
____________________________________________
+ Futebol no blog
O fatídico dia em que eles resolveram trocar de palco
Especial: Como os grupos de investimento atacam o futebol
+ Canal 100 na internet
Confira o site do Canal 100
Vídeos do Canal 100 no Youtube
Especial: Como os grupos de investimento atacam o futebol
+ Canal 100 na internet
Confira o site do Canal 100
Vídeos do Canal 100 no Youtube
3 comentários:
muito bom o blog viu, parabéns !!
abraços
Gabriel Petelinkar
Tempos de Ouros que não voltam, antigamente era um futebol com vontade,com amor,sem interesses financeiros hoje em dia isso acabou.Belo trabalho seu blog,estou comecando, pretendo fazer jornalismo e aperfeiçoar cada vez.feliz 2009
eu passei anos a fil assistindo o canal 100 - numa tela de 70mm..era muito foda...imagens que marcamm mas acabou. abraços
Postar um comentário